Da Bloomberg News
Com agências internacionais
ROMA – A Itália vai incluir a prostituição e o tráfico de drogas no cálculo de seu Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos) a partir do ano que vem, para tentar melhorar os números de sua economia. O Instituto Nacional de Estatísticas (Istat) do país anunciou que o resultado incluirá também estimativas sobre o valor do contrabando de cigarros e álcool.
Além de incluir essas atividades no cálculo, os dados de anos anteriores serão ajustados para refletir a mudança na metodologia, informou o Istat. A revisão foi feita de acordo com as regras da União Europeia, informou o instituto oficial italiano
Quatro recessões nos últimos 13 anos levaram o PIB italiano a € 1,56 trilhão no ano passado, 2% menor que em 2001, descontando a inflação no período.
— Apesar de ser difícil de quantificar, é óbvio que haverá um impacto positivo no PIB — afirmou Giuseppe Di Taranto, economista e professor da Universidade Luiss, de Roma.
Colocar o novo procedimento em prática não será fácil, já que as atividades são ilegais e suas movimentações não são informadas ao governo. O Banco da Itália estimou em 2012 o valor da economia do crime em 10,9% do PIB do país.
A Eurostat, instituto de estatísticas da União Europeia, estimou que o impacto na economia italiana seria de 1% a 2% em um ano, um significativo aumento em relação à estimativa do governo de crescimento de 1,3% este ano.
Ainda segundo os cálculos da Eurostat, as nações da região teriam aumento médio de 2,4% do PIB com o novo cálculo. As maiores evoluções ficariam com a Finlândia e a Suécia, com aumentos de 4% a 5%, seguidas de Áustria, Reino Unido e Holanda, de 3% a 4%.
A economia da Itália, terceira maior da zona do euro, encolheu em 2012 e 2013. Nos três últimos meses do ano passado, o PIB deu sinais de recuperação registrando crescimento. Porém, já no primeiro trimestre de 2014, a variação registrou recessão de 0,1%. Segundo pesquisa feita pela Reuters, no início deste ano, o PIB local subiria apenas 0,6% em 2014, contra uma previsão de evolução da economia em 0,8% do governo.
Em abril, o governo aprovou decreto reduzindo o imposto de renda de cerca de 10 milhões de italianos que ganham entre € 8 mil e € 26 mil por ano. A medida em grande parte será financiada por cortes de gastos permanentes.