Premiê Netanyahu diz que investidas em Gaza estão “apenas começando”; Exército convoca 300 mil reservistas. Terroristas ameaçam assassinar reféns se israelenses continuarem bombardeios sem aviso prévio ao território.
(DW) Israel reforçou os ataques aéreos à Faixa de Gaza, enquanto terroristas do Hamas ameaçavam assassinar reféns caso as forças israelenses continuassem a realizar bombardeios sem aviso prévio à população.
Na noite desta segunda-feira (09/10), a contagem total de mortos no conflito que já dura mais de três dias já era de mais de 1,6 mil.
“Cada ataque sem aviso ao nosso povo será sucedido pela execução de um dos reféns civis”, afirmou um porta-voz da brigada Ezzedine al-Qassimi, o braço armado do Hamas, em mensagem divulgada nesta segunda-feira. Ele disse que o Hamas não negociará a devolução dos reféns enquanto estiver sob ataque.
O ministro israelense do Exterior, Eli Cohen, alertou que “crimes de guerra como esses não serão perdoados”. Até a noite desta segunda-feira, em torno de 900 pessoas, incluindo 73 soldados, morreram em Israel. Em Gaza, as autoridades contabilizaram mais de 680 mortos. Milhares de pessoas ficaram feridas em ambos os lados do conflito.
As Forças Armadas israelenses afirmaram ter recuperado o controle de cidades vilarejos que haviam sido ocupadas pelo Hamas. Os militantes, por sua vez, disseram ter feito mais de 130 reféns em suas incursões ao território israelense.
Tanques e drones israelenses foram enviados para garantir a segurança nos locais onde as cercas fortificadas de fronteira haviam sido rompidas durante os ataques.
Milhares de israelenses foram retirados da região fronteiriça. O contra-almirante israelense Daniel Hagari informou que 15 das 24 comunidades de fronteira foram evacuadas, sendo que a população das demais localidades deverão ser retiradas nesta terça-feira.
A ONU calcula que, em Gaza, 123 mil pessoas tiveram de deixar suas casas desde o início do conflito, há três dias. Muitas delas fugiram após receberem alertas de ataques vindos de Israel.
“Ataques estão apenas começando”
Os militares israelenses anunciaram a convocação de 300 mil reservistas, o que sugere que Tel Aviv estaria preparando uma ofensiva por terra de grande porte.
“Nossos ataques ao Hamas estão apenas começando”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em pronunciamento nesta segunda-feira. “O que faremos com nossos inimigos nos próximos dias vai reverberar neles por gerações.”
No início da noite, explosões foram ouvidas em Jerusalém, após uma salva de foguetes atirados a partir de Gaza atingir dois bairros da cidade. A imprensa israelense relatou um total de sete feridos nos ataques.
Os israelenses bombardearam o distrito comercial e residencial Rimal em Gaza, após emitir alertas à população para que deixasse o local. O edifício da Companhia Palestina de Telecomunicações foi destruído.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ordenou a imposição de um cerco total à Faixa de Gaza. Ele disse que as autoridades iriam cortar a eletricidade e bloquear a entrega de alimentos e combustíveis, privando de recursos essenciais uma população de 2,3 milhões de pessoas.
Gallant disse que Israel está em guerra contra o que chamou de “animais” e que os militares agiriam de acordo, utilizando a linguagem desumanizadora empregada pelos dois lados em meio ao acirramento das tensões.
Prisioneiros civis e militares
O contra-almirante Hagari disse a repórteres que os bombardeios israelenses ocorrem de distrito a distrito para destruir casas e edifícios que, supostamente, seriam utilizados pelo Hamas.
Segundo afirmou, Israel planeja atingir milhares de alvos. Centenas de militantes israelenses estariam enterrados sob os destroços dos locais destruídos nas últimas 48 horas, afirmou. Suas alegações, porém, não puderam ser confirmadas.
Um porta-voz do Hamas disse à agência de notícias Associated Press que os militantes continuam a combater no território inimigo e que ainda mais reféns israelenses foram capturados nesta segunda-feira.
Entre estes estão soldados e civis, incluindo mulheres e crianças. Os reféns são, na maioria, de nacionalidade israelense, mas também há pessoas de outros países.
O objetivo do Hamas, segundo o porta-voz, é negociar a libertação de todos os prisioneiros palestinos em Israel.
rc (AP, AFP, DPA)