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Israel diz que Hamas ‘pagará preço’ por morte de jovens; grupo nega envolvimento

O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, disse que "o Hamas é responsável e pagará" pelo assassinato dos três jovens cujos corpos foram encontrados na segunda-feira.

Naftali Frenkel, Gilad Shaar e Eyal Yifrach haviam desaparecido mais de duas semanas atrás. O episódio exacerbou as tensões entre israelenses e palestinos.

Durante a madrugada, Israel realizou mais de 30 ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, em resposta ao disparo de 18 foguetes de Gaza contra o sul de Israel desde a noite de domingo, disse o Exército israelense.

Forças israelenses foram enviadas à cidade palestina de Halhul, na Cisjordânia. Os corpos foram encontrados sob uma pilha de pedras perto da cidade.

Uma autoridade israelense disse que, aparentemente, os jovens foram mortos logo após terem sido sequestrados.

Israel identificou dois homens, Ayoub al-Kawasma e Abu Aisheh, como suspeitos. O Exército israelense disse ter detonado explosivos enquanto realizava buscas nas casas dos dois. Imagens mostraram grande destruição na casa de Abu Aisheh.

Um palestino foi morto após atirar um explosivo contra forças israelenses que realizavam uma operação na cidade de Jenin, na Cisjordânia, informou o Exército.

Justificando a 'guerra'

O Hamas acusou Israel de usar o caso para justificar uma guerra contra os palestinos. O porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri, disse que se Israel iniciar uma guerra, abrirá "os portões do inferno" e "pagará o preço" por qualquer "agressão".

O governo israelense tem usado o caso para tentar desacreditar o governo de união entre o Hamas e o Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Fatah e Hamas assinaram um acordo de reconciliação em abril após anos de divisão e formaram um governo no mês passado.

O porta-voz de Abbas, Abdallah Abdallah, expressou "pesar" pelas mortes. "Queríamos que a paz fosse criada nesta parte do mundo para que nenhuma mãe ou pai passe pelo luto da perda de seus entes queridos, sejam palestinos, sejam israelenses".

O desaparecimento dos três israelenses deu início a uma grande operação de busca em cidades palestinas na Cisjordânia.

Mais de 400 palestinos foram presos e cinco foram mortos em combates com as tropas israelenses.

Forças de segurança de Israel bloquearam áreas inteiras ao redor de Halhul, a apenas alguns quilômetros de onde os jovens foram vistos pela última vez.

Na noite de segunda-feira (horário local), mísseis foram lançados de Gaza contra o sul de Israel. Em resposta, Israel iniciou ataques aéreos contra alvos de militantes no enclave.

Um repórter da BBC em Gaza disse que o Hamas negou ter realizado ataques com foguetes.

O Ministério da Saúde em Gaza disse que ao menos quatro pessoas ficaram feridas quando uma delegacia foi atingida na região central de Gaza.

Centros de treinamento do Hamas e da Jihad Islâmica também foram atacados, disseram fontes locais. Ataques em centrais de abastecimento de energia causaram blecautes em toda a área.

O vice-ministro israelense de Defesa, Dan Danon, disse à BBC que o Hamas "deve pagar um preço".

"Temos de dizer isso claramente: se você mata crianças inocentes que voltam da escola, você não pode continuar a trabalhar conosco normalmente", disse ele.

O ministro da Economia israelense, Naftali Bennet, escreveu em sua página do Facebook: "Assassinos de crianças não podem ser perdoados. Agora, é o momento de ação, não de palavras."

'Raiva e indignação'

Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém, Kevin Connolly, os ataques aéreos da madrugada não devem ser vistos como uma "resposta definitiva" ao caso que paralisou o país nas últimas semanas.

"Seguindo as tradições religiosas judaicas, os funerais deverão ocorrer na terça-feira – e só quando eles forem realizados e o luto nacional passar é que governo de Israel irá finalizar seus planos militares e políticos", disse o repórter.

"Netanyahu, que tem acusado o Hamas pelas mortes, terá que provar para o público israelense que a sua resposta será calibrada em resposta ao enorme sentimento de raiva e indignação que se sente aqui."

As mortes dos estudantes, que foram vistos pela última vez em um cruzamento perto de Hebron, na Cisjordânia, causaram comoção internacional. Eles estavam pegando carona para voltar para casa após a aula em um seminário.

 

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