O Conselho Regional que administra os assentamentos israelenses nas colinas de Golã anunciou nesta terça feira a distribuição gratuita de 150 lotes para israelenses que quiserem construir na área, que fica em território sírio e é parcialmente ocupada por Israel.
Os lotes, que têm entre 5 mil e 10 mil metros quadrados, serão entregues a famílias de israelenses que quiserem se mudar para Golã e forem aceitas por comissões de admissão de 20 assentamentos existentes na região.
De acordo com Amihai Alba, do Conselho Regional de Golã, a mudança constitui uma "boa solução" para os problemas de moradia que famílias jovens enfrentam em Israel.
"É possível comprar uma casa (no Golã) por um preço razoável e viver com um nível de vida alto, em uma casa térrea com um jardim grande, uma vista maravilhosa, uma comunidade acolhedora e uma ótima educação para as crianças", disse Alba ao jornal Haaretz.
Em Israel, onde a densidade demográfica é alta, o preço do terreno constitui o elemento mais caro do custo das moradias. A distribuição de lotes gratuitos diminui bastante o preço das casas, incentivando a mudança de famílias israelenses para Golã.
Ocupação de Golã
As colinas de Golã são um planalto de 1.800 quilômetros quadrados. Dois terços do terreno foram ocupados por Israel na guerra de 1967.
Antes do conflito, a região tinha 128 mil habitantes sírios, que moravam em mais de 200 povoados.
Depois da guerra, restaram apenas 8 mil cidadãos sírios na parte ocupada do Golã. A grande maioria dos habitantes deixou a região e foi morar do lado da fronteira controlado pela Síria.
A região é hoje habitada por cerca de 20 mil colonos israelenses e 23 mil cidadãos sírios, dos quais apenas 700 concordaram em aceitar a cidadania israelense, depois que Israel decretou a anexação da região, em 1981.
A anexação do Golã por Israel não foi reconhecida pela comunidade internacional. A região ainda é considerada território sírio ocupado.
Desde a ocupação, houve tentativas por parte de diversos governos israelenses de negociar um acordo de paz com a Siria. O governo sírio exige a devolução integral dos territórios ocupados em 1967, como condição fundamental para um acordo de paz com Israel.
O atual primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que havia negociado indiretamente um acordo de paz com a Síria durante sua primeira gestão, de 1996 a 1999, rejeitou em 2009 uma retirada das colinas de Golã.