Uma sucessão de atentados abalou Bagdá nesta quinta-feira, causando a morte de pelo menos 57 pessoas. Foram os primeiros ataques de grande porte contra a capital iraquiana desde a irrupção da crise entre o governo liderado por muçulmanos xiitas e políticos rivais sunitas, dias depois da cerimônia que marcou a retirada das últimas tropas norte-americanas do país.
Os ataques, aparentemente coordenados, foram o primeiro sinal de aumento da violência depois que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki tomou medidas para afastar dois líderes sunitas do poder. Há alguns anos o país esteve à beira da guerra civil por causa de distúrbios sectários.
Num dos piores ataques, pelo menos 18 pessoas morreram quando um atacante suicida que dirigia uma ambulância explodiu o veículo perto de um órgão governamental no bairro de Karrada. No total, pelo menos 57 pessoas morreram e 179 ficaram feridas em mais de dez explosões em Bagdá, de acordo com um porta-voz do ministério da Saúde.
Esta semana Maliki pediu a prisão do vice-presidente Tareq al-Hashemi, um sunita, acusando-o de planejar assassinatos e atentados e requisitou ao Parlamento que destitua o assessor dele, Saleh al-Mutlaq, por ter comparado Maliki ao ditador Saddam Hussein.
As medidas contra os dirigentes sunitas estão aumentando a tensão no Iraque porque a comunidade sunita teme que o primeiro-ministro queira consolidar o controle dos xiitas sobre o país.