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Irã tenta se reaproximar de Argentina

Ariel Palacios

BUENOS AIRES – O governo do Irã planeja uma cúpula de chanceleres com a Argentina para reduzir a tensão existente entre os dois países há 17 anos. A afirmação foi feita ontem pelo jornal argentino Clarín, citando fontes diplomáticas de Buenos Aires, que destacaram a intenção iraniana de "formalizar" negociações para encerrar a crise iniciada em 1994, depois do atentado contra uma associação judaica na capital argentina.

A Justiça argentina considera que integrantes do governo de Teerã foram os mandantes do ataque terrorista que matou 85 pessoas na Associação Beneficente Israelita Argentina (Amia). Em 2006, seis iranianos da alta cúpula do regime foram acusados pelo ataque, que teria sido realizado pelo grupo xiita libanês Hezbollah, com colaboração de uma conexão argentina.

Em duas ocasiões, a Argentina propôs que os acusados se submetam a um tribunal de um terceiro país. No entanto, a Constituição iraniana impede que seus cidadãos sejam julgados fora do território nacional.

A notícia do Clarín surge dias depois que a chancelaria iraniana emitir um comunicado no qual declarava-se a favor de um diálogo "construtivo" para esclarecer o atentado, embora o governo iraniano continue negando envolvimento no ataque.

Na semana passada, deputados republicanos americanos acusaram a Argentina de tentar repassar tecnologia nuclear para o Irã com o intermédio da Venezuela. No entanto, o Departamento de Estado dos EUA indicou que não existem sinais de que tais negociações possam ter sido feitas. A embaixada do Irã em Buenos Aires está praticamente vazia e foi reduzida à representação de um encarregado de negócios que não faz declarações à imprensa. O Irã é um grande importador de óleo de soja, girassol e milho da Argentina.

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