O secretário de Mineração do Governo de Potosí, Arnulfo Gutiérrez, informou nesta terça-feira que indígenas da região boliviana de Posotí ocuparam uma mina que é explorada com a ajuda de investimentos brasileiros para reivindicar projetos sociais.
O secretário contou que se trata de indígenas da comunidade de Suk''awaña, ao norte de Potosí, que reivindicam "maior atenção social" por parte da empresa Cerusita Andina LTDA, que opera a mina de chumbo e prata há oito anos.
Gutiérrez contou que o Governo de Potosí enviou uma comissão ao local para dialogar com os indígenas sobre as demandas. Uma fonte da embaixada do Brasil em La Paz confirmou que a Cerusita Andina LTDA conta com capital brasileiro.
Eleuterio Choque, líder dos indígenas, disse à rádio "Erbol" que o setor reivindica que a empresa restaure as estradas da região, apoie projetos educativos e pague royalties ao município de Sacaca. Segundo Choque, nenhum dos pedidos foi cumprido.
A jazida de Mallku Khota é também ocupada por indígenas que sequestraram, há dias, sete pessoas e entraram em confronto com a polícia para exigir do presidente Evo Morales a anulação da concessão.
Morales aceitou a reivindicação dos grupos indígenas, que tem origem aimara, como o próprio presidente. A decisão afeta diretamente os investimentos da mineradora canadense South American Silver.
Em outro conflito ocorrido no mês passado, o Governo boliviano decidiu nacionalizar uma mina de estanho e zinco, operada pela Glencore, para resolver uma disputa entre grupos mineiros rivais. As ocupações de minas e os enfrentamentos entre indígenas e mineiros são frequentes na Bolívia.