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Hollande: retirada de tropas do Afeganistão não é negociável

Em sua primeira visita aos Estados Unidos como presidente da França, François Hollande disse que a futura retirada de suas tropas do Afeganistão até o fim do ano não é "negociável". Nesta sexta-feira, o novo mandatário francês se reuniu com o presidente americano, Barack Obama, no Salão Oval da Casa Branca, para tratar de assuntos sobre o Afeganistão e a crise na zona do euro. A reunião aconteceu horas antes do início da cúpula do G8 em Camp David, nos arredores de Washington, que terá a presença de Hollande. O francês também participará da cúpula da Otan em Chicago no domingo e na segunda-feira.

"A retirada não é negociável. A retirada das forças de combate é decisão da França e esta decisão será implementada", disse. "Estou ciente de que a França é parte de uma aliança, que tem se envolvido em operações por muito tempo e que, portanto, toma suas decisões em harmonia com seus aliados, incluindo nossos parceiros americanos". Ele afirmou que na província de Kapisa, nordeste do país, forças de segurança afegãs assumirão as operações de segurança das tropas francesas, "permitindo que a retirada aconteça".

"Até o fim de 2012, nossas forças residuais terão incumbências apenas logísticas para levar nosso equipamento de volta para casa, mas sob a proteção das forças da Otan", disse Hollande, completando que falou por telefone com o presidente afegão, Hamid Karzai. O acordo entre França e Afeganistão assinado este ano pelo predecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, será ratificado, honrando o compromisso de fornecer apoio para a polícia e as forças militares afegãs, afirmou o presidente francês. "As missões de treinamento, especificamente para a polícia e exército afegãos, também ocorrerão sobre o auspício da Otan", explicou.

Hollande, socialista que assumiu a presidência francesa há apenas três dias, encontrou-se com o presidente Barack Obama na Casa Branca. Ele lembrou o líder americano dos planos de retirada francesa, mas acrescentou que Paris forneceria apoio de outras formas. A França planeja retirar seus 3,5 mil soldados do Afeganistão um ano antes do previsto, acrescentando mais uma dificuldade para o plano da Otan de transferir a segurança para os afegãos em 2014.

Crise do euro
Tanto Obama quanto Hollande defenderam a necessidade de combinar a disciplina fiscal na Europa com políticas de crescimento e concordaram que a Grécia deve continuar na zona do euro. A difícil situação na eurozona é um assunto "de extraordinária importância" para a economia mundial, ressaltou Obama. "O crescimento deve ser uma prioridade", afirmou Hollande logo em seguida. Ao que tudo indica, Hollande encontrou no presidente americano um aliado frente à ferrenha defesa da austeridade feita pela chanceler alemã, Angela Merkel, que também participará da Cúpula do G8.

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