O presidente da França, François Hollande, declarou nesta sexta-feira que defende uma solução política na Síria, com a convocação da Conferência de Genebra, mas disse não excluir a "pressão militar" sobre o regime de Damasco.
"Pensamos que hoje a solução deve ser política, mas para fazer com que esta prevaleça não se deve descartar nunca a hipótese da pressão militar" declarou Hollande em entrevista transmitida por rádio e televisão.
O presidente se referiu às suspeitas de emprego de armas químicas por parte do regime de Bashar al Assad e assegurou que esta é uma questão "que pode justificar em um momento uma intervenção".
No entanto, reconheceu que é necessário ter provas sobre o fato e que seu governo pediu uma investigação sobre a questão, algo que foi rejeitado pelas autoridades sírias.
Em relação à convocação de uma segunda Conferência de Genebra, para a qual ainda não há acordo, disse que a insistência da Rússia para incluir a participação de representantes do Irã é uma tentativa de "complicar as coisas".
Hollande mencionou que a pressão militar virá pela retirada do embargo de armas para a oposição ao regime de Assad, embora tenha opinado que isto precisa ocorrer com condições. "As armas não podem ser destinadas a grupos que mais adiante enfrentem a nós e rompam o equilíbrio na região", explicou.
A segunda condição, segundo Hollande, é que para que se decida uma entrega de armas à oposição esta terá que ser "uma unida, coerente e ter maneiras de dar essas garantias".
E a terceira condição é que as armas só sejam entregues se não for alcançado uma solução política. "Já disse há muito tempo, se for realizada esta conferência será para preparar a etapa pós-Assad, não as eleições presidenciais nas quais ele anuncia que será candidato", disse Hollande sobre o objetivo da reunião em Genebra.