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Hollande diz que França pode intervir contra rebeldes no Mali

O presidente francês, François Hollande, disse nesta sexta-feira que a França está disposta a responder favoravelmente à demanda reivindicação de intervenção militar das autoridades de Mali, diante do avanço dos rebeldes no norte do país, mas enfatizou que o fará "de acordo com a ONU".

"A França responderá de acordo com as resoluções" do Conselho de Segurança da ONU e em afinação com os outros países africanos ao pedido de ajuda militar feito ontem, quinta-feira, pelo presidente do Mali, Dioncounda Traoré, afirmou Hollande em um discurso diante do corpo diplomático em Paris.

O chefe de Estado acrescentou que "os terroristas" avançaram nos últimos dias além da linha na qual até agora se tinham concentrado ao norte do país e que "buscam dar um golpe fatal" ao país.

Em relação ao avanço rebelde, o presidente francês definiu como "agressão que põe em questão a própria existência de Mali", enquanto mostrou sua preocupação pelo "avanço islamita" que põe em risco a segurança dos maleses, mas também da França e da Europa.

"A França está disposta a deter a ofensiva terrorista se continuar", acrescentou o presidente francês, que considerou que é "uma exigência de solidariedade e de responsabilidade".

Após se dirigir aos diplomatas estrangeiros delegados em Paris, o presidente se reuniu no Palácio do Eliseu com os ministros das Relações Exteriores, Laurent Fabius, e da Defesa, Jean-Yves Le Drian, para determinar as modalidades da intervenção francesa no norte do país africano.

ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu nesta quinta-feira o "rápido envio" de uma força internacional ao Mali diante da "grave deterioração da situação no terreno".

O Conselho pede aos estados membros da ONU que "ajudem as forças de segurança do Mali a reduzir a ameaça que representam as organizações terroristas" que controlam o norte do país.

O presidente do Mali, Dioncounda Traoré, pediu ajuda à ONU contra os grupos islâmicos que avançam do norte. O embaixador francês na ONU, Gerard Araud, disse que Paris anunciará nesta sexta-feira sua resposta ao pedido de Traoré. "No momento, o Conselho envia uma mensagem para dissuadir os terroristas de avançar sobre o sul" do Mali em direção à capital Bamako, destacou Araud.

A representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Susan Rice, confirmou que Bamako pediu ajuda externa, especialmente da França. Rice destacou que houve "um claro consenso" no Conselho de Segurança "sobre a gravidade da situação e sobre o direito das autoridades do Mali de buscar toda a ajuda possível".

Os grupos islâmicos armados que controlam o norte do Mali tomaram nesta quinta-feira a cidade de Konna, 70 km de Mopti, sede do Estado-Maior regional do Exército, segundo testemunhas. Informações postadas nas redes sociais revelam que os grupos islâmicos fizeram um "massacre" em Konna, cidade situada 600 km ao norte de Bamako.

"Controlamos toda a cidade", anunciou à AFP na tarde desta quinta-feira Abdu Dardar, dirigente do grupo armado Ansar Dine. "Vamos prosseguir" avançando para o sul.

Dardar disse falar em nome de três grupos "jihadistas" que ocupam totalmente o norte do Mali: Ansar Dine, Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).

Com Agências; EFE/AFP

 

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