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Hillary pressiona Rússia, que nega ter acusado EUA de armar rebeldes sírios

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, manteve sua pressão sobre a posição da Rússia em relação à Síria, afirmando que Moscou colocará em risco o que considera como seus interesses vitais no Oriente Médio se não promover mais medidas construtivas em relação ao regime do presidente Bashar al-Assad.

"A Rússia diz que quer a paz e a estabilidade restauradas. Diz que não tem nenhum amor perdido por Assad e também diz ter interesses vitais na região e relacionamentos que deseja manter. Eles colocam tudo isso em risco se não agirem mais construtivamente neste momento", disse Hillary em coletiva.

As declarações foram feitas um dia depois de Hillary, que é a principal autoridade da diplomacia americana, ter acusado a Rússia de enviar helicópteros de combate à Síria, informação refutada nesta quarta-feira pelo chanceler russo, Sergei Lavrov.

Em coletiva em Teerã, capital do Irã, Lavrov afirmou que a Rússia apenas cumpre contratos referentes à defesa aérea, firmados antes da crise síria. “Não estamos violando nenhuma lei internacional com esses contratos. São equipamentos de defesa”, afirmou.

Inicialmente, as agências de notícia France Presse e Reuters indicaram que, na mesma coletiva, o chanceler russo teria acusado os EUA de armar os rebeldes sírios, mas a declaração foi desmentida horas depois por um funcionário da Chancelaria russa.

Segundo ele, os comentários de Lavrov, que representariam a primeira vez em que a Rússia acusaria diretamente os EUA de adotar a medida, foram mal mal interpretados. "Foi um erro de tradução em farsi", afirmou o funcionário da chancelaria russa, divulgando uma versão em russo da declaração de Lavrov, na qual o chanceler afirma que os EUA entregavam armas "na região".

A Rússia e a Síria têm uma relação militar de longa data, e a Síria abriga a única base naval da Rússia no Mar Mediterrâneo. Mas perante a violência brutal do regime contra os opositores, os EUA vêm fazendo repetidos apelos para que a Rússia mude de posição em relação ao conflito.

Juntamente com a China, a Rússia bloqueou por duas vezes condenações da ONU e ações punitivas contra o regime. Por várias vezes, os dois países também declararam sua forte oposição a uma intervenção internacional ou a esforços de mudança de regime no país árabe.

Na coletiva desta quarta, Lavrov disse que a posição da Rússia tem como base a preocupação com o povo sírio e a integridade do país, em vez de uma preferência pessoal por Assad. "Já anunciei várias vezes que a nossa posição não se baseia no apoio a Assad ou qualquer outra pessoa… nós não queremos ver a Síria se desintegrar."

A Rússia está resistindo à pressão do Ocidente e do Golfo Árabe para adotar uma linha mais dura contra Assad, rejeitando pedidos de sanções e propondo uma conferência que reúna as potências globais e regionais, incluindo o Irã.

*Com AFP e AP

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