Tensões crescentes entre Reino Unido e União Europeia ameaçaram ofuscar a conclusão da cúpula do G7 neste domingo, com Londres acusando a França de declarações "ofensivas" sobre a Irlanda do Norte não ser parte do Reino Unido.
Desde que o Reino Unido votou para deixar a União Europeia em 2016, as duas partes têm tentado resolver o comércio pós-Brexit e a província britânica, que tem uma fronteira terrestre com a Irlanda, que integra a União Europeia.
As negociações sempre acabam voltando para o delicada combinação de história, nacionalismo, religião e geografia que entrelaçam a Irlanda do Norte, mas a última disputa em relação ao acordo de divórcio do Brexit é sobre linguiças.
Durante conversas com Emmanuel Macron na cúpula do G7, o primeiro-ministro britânico Johnson indagou sobre como o presidente francês reagiria se as linguiças de Toulouse não pudessem ser vendidas em mercados parisienses, ecoando a acusação de Londres de que a UE está impedindo a venda de carne refrigerada britânica na Irlanda do Norte.
A imprensa britânica reportou que Macron respondeu de maneira imprecisa dizendo que a Irlanda do Norte não fazia parte do Reino Unido, uma declaração que o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, descreveu como "ofensivas".
"Várias figuras da UE aqui em Carbis Bay, mas francamente por meses agora e anos, caracterizaram a Irlanda do Norte como um país separado, e isso está errado", disse Raab.
Numa medida que alguns temem que possa provocar uma guerra comercial, Johnson ameaçou evocar medidas de emergência no protocolo da Irlanda do Norte no acordo do Brexit se nenhuma solução for encontrada para a chamada "guerra da linguiça".