As potências do Grupo 5+1 apresentaram nesta terça-feira novas propostas ao Irã e agora estão esperando repostas do país árabe na rodada de negociação da política nuclear de Teerã que começaram hoje na cidade de Almaty, no Cazaquistão.
O grupo, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, "preparou ofertas revisadas para a negociação, que consideramos uma base equilibrada e justa para conversas construtivas", disse Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, que lidera a delegação internacional.
O diplomata europeu afirmou que o "Irã deve entender que é necessário conseguir sucesso nas negociações e esta reunião é uma verdadeira oportunidade para reforçar a confiança mútua, algo que poderia levar a um acordo mais durável e global".
Neste sentido, o sexteto confia na disposição e flexibilidade da delegação do regime islâmico, liderada pelo secretário do Alto Conselho de Segurança Nacional iraniano, Saeed Jalili.
"Viemos com uma oferta nova e honesta. Nossa oferta inclui a preocupação da sociedade internacional sobre o programa nuclear iraniano. Mas também responde às ideias expressadas pelo Irã. Deve ser necessariamente um processo bilateral", disse Mann.
O diplomata da UE, no entanto, não revelou o conteúdo da proposta. Ao mesmo tempo, o sexteto descartou a possibilidade de retirar parcialmente as sanções contra a República Islâmica por sua política nuclear e sua recusa a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica.
O Grupo 5+1 "não tem interesse em negociar por negociar", afirmou Mann, mas procura uma solução real para o que vê como um problema para a segurança do mundo e por isso permanecerá na mesa de negociações "tanto tempo quanto for necessário para conseguir um avanço".
Nos dias prévios à reunião, o Grupo 5+1 disse que reconhece o direito do Irã de fazer uso pacífico da energia nuclear, mas exige provas concretas de que o programa do país não tem fins militares.
Em rodadas de negociação anteriores, as potências reivindicaram que Teerã interrompa o enriquecimento de urânio a 20%, que acreditam ser um possível passo para o desenvolvimento de uma bomba atômica, retire do país as reservas já existentes e feche a usina de enriquecimento de Fordow.