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Governo iraquiano armará cidadãos para combater rebeldes

O governo iraquiano fornecerá armas e equipamento aos cidadãos que se ofereçam para combater militantes jihadistas, anunciou hoje (10) o primeiro-ministro, Nuri Al Maliki, depois de os rebeldes controlarem toda a província de Ninive.

Em uma declaração na televisão oficial iraquiana, Maliki disse que o Executivo "criou um gabinete especial de crise para acompanhar o processo de voluntários, de equipamento e de armamento”.

O premiê pediu também ao parlamento que seja decretado estado de emergência no país devido aos avanços do grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) em regiões do país. Em uma declaração à nação, o primeiro-ministro afirmou que “a gravidade da situação requer a adoção de medidas necessárias e urgentes”.

O chefe do governo admitiu que o grupo jihadista "se apropriou de instalações vitais", especialmente na província de Ninive e na sua capital, Mossul, no Norte do Iraque.

"Mobilizaremos todos os nossos recursos financeiros, políticos e populares para recuperar as zonas que os terroristas controlaram", disse Maliki, instando as tribos do país a pegar em armas para lutar contra o EIIL.

O primeiro-ministro apelou também à comunidade internacional, especialmente às Nações Unidas (ONU), à Liga Árabe e à União Europeia a assumirem as suas responsabilidades, recordando que "todo o mundo sofrerá se o terrorismo se estender".

Na última semana, o EIIL atacou as forças iraquianas e a população civil em várias partes do país. Nesta terça-feira, centenas de rebeldes assumiram o controle da província de Ninive, no Norte, em um golpe inédito, que reflete a incapacidade do atual governo em travar as investidas dos rebeldes e de evitar que o caos se instale no Iraque.

O presidente do Parlamento, Ossama Al Nojaïfi, confirmou em coletiva de imprensa, a tomada dessa província petrolífera e alertou que os rebeldes se dirigem à província vizinha de Salaheddine, mais ao Sul, a invadir. O primeiro-ministro e chefe do exército Nouri Al Maliki,  é o xiita, que os rebeldes sunitas acusam de ser um "ditador".

Rebeldes tomam controle de segunda maior cidade do Iraque

Tomada da cidade de Mossul ocorre após quatro dias de intenso conflito no local e em outras cidades; primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu ao Parlamento que declarasse estado de emergência

Insurgentes radicais sunistas conquistaram na manhã desta terça-feira o controle de grande parte de Mossul, segunda maior cidade do Iraque, invadindo uma base militar e libertando centenas de prisioneiros em um grande ataque contra o governo iraquiano liderado pelos xiitas.

A captura de Mossul pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) – um ramo da Al-Qaeda – e seus aliados ocorre após quatro dias de intenso conflito em Mossul e outras cidades no norte do Iraque.

A queda da segunda maior cidade é um duro golpe aos esforços de Bagdá para combater os militantes sunitas que recuperaram força no Iraque no último ano e se voltaram para Mossul na semana passada.

Logo depois da tomada de Mossul, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu ao Parlamento que declarasse estado de emergência.

Do outro lado da fronteira na Síria, envolvidos em três anos de guerra civil entre o presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que tentam derrubá-lo, combatentes do Exército Islâmico do Iraque e do Levante tomaram o controle de faixas do território oriental, perto da fronteira iraquiana.

Militantes do grupo no Iraque aderiram à batalha na Síria com outros combatentes estrangeiros. O grupo jihadista está buscando estabelecer um Estado islâmico ligando territórios que controla no oeste do Iraque e leste da Síria.

A polícia, os militares e autoridades de segurança disseram à Reuters que os insurgentes, de posse de armas antiaéreas e granadas lançadas por foguetes, assumiram o controle de quase todos os postos da polícia e do Exército dentro e ao redor de Mossul.

"Perdemos Mossul esta manhã. Forças do Exército e da polícia deixaram suas posições e o terroristas do EIIL estão em total controle", disse um coronel do Exército no comando militar local. "É um colapso total para as forças de segurança."

Dois oficiais do Exército iraquiano disseram que as forças de segurança receberam ordens de deixar a cidade após os militantes capturarem a base de Ghizlani, ao sul de Mossul, e libertarem mais de 200 prisionairos do presídio de segurança máxima.

O Exército e as forças policiais atearam fogo em depósitos de combustível e munições, para impedir os militantes de usá-los, disseram as autoridades iraquianas.

Duas fontes da polícia e um funcionário do governo local disseram que os militantes do EIIL também invadiram uma prisão, permitindo que mais de mil prisioneiros fugissem, os quais eles identificaram como sendo membros principalmente do EIIL e da Al Qaeda.

Milhares de famílias estavam fugindo da cidade para a região autônoma curda, que faz fronteira com a província de Nínive, da qual Mossul é a capital.

"Mossul agora é o inferno. Está em chamas", disse Amina Ibrahim, que estava deixando a cidade com seus filhos pequenos. "Eu perdi meu marido em uma explosão de bomba no ano passado, eu não quero que os meus filhos o sigam."

 

 

 

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