O governo do Mali e os tuaregues rebeldes que controlam parte da região de Kidal, no norte do país, assinaram nesta terça-feira em Ouagadougou, capital de Burkina Fasso, um acordo que contempla um cessar-fogo imediato. O acordo permitirá a volta do exército e da Administração Civil a Kidal antes da realização das eleições presidenciais, previstas para o próximo dia 28 de julho.
Além disso, o texto prevê um acantonamento dos rebeldes no norte que, junto com o desdobramento das forças de segurança, será supervisado pela Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) e pela missão da França (Serval).
Em troca, as autoridades de Bamaco se comprometem a que, 60 dias após sua eleição, o novo presidente do Mali organize conversas de paz para determinar o estatuto administrativo de Azawad (nome pelo qual é conhecida a região do norte do Mali) e estratégias de desenvolvimento para a região.
O acordo foi assinado após quase duas semanas de negociações em Ouagadougou nas quais participaram as potências regionais, a União Europeia (UE) e a ONU.
O Mali se encontra em crise desde 22 de março de 2012, quando um golpe de Estado perpetrado por membros do Exército derrubou o presidente eleito democraticamente, Amado Toumani Touré.
Com essa ação, os militares protestavam pela pouca atenção que o governo do Mali dedicava à rebelião dos tuaregues no norte do país, mas o golpe não fez mais que piorar a situação nessa zona.
O presidente do Parlamento, Dioncunda Traoré, foi designado presidente transitório do Mali, com os objetivos de avançar rumo à recuperação do sistema democrático e restaurar a integridade territorial.