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Governo da Colômbia e FARC abrem diálogo de paz sem interromper a guerra

Philippe Zygel

Após meio século de conflito armado, o governo da Colômbia e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) tinham previsto começar em 15 de outubro um histórico processo de paz, com a instalação, na Noruega, de uma mesa de diálogo, ainda que os confrontos em seu próprio território não sejam interrompidos; mas, devido às inclementes condições do tempo em Bogotá, membros do governo colombiano não puderam viajar em 14 de outubro, como estava programado.

Representantes do governo do presidente Juan Manuel Santos e das FARC se reunirão primeiramente na Noruega e depois em Cuba, os dois países garantidores desse processo que tem o respaldo unânime da comunidade internacional.

Pôr fim ao prolongado conflito armado da Colômbia é a prioridade do governo. “Meu governo está determinado a avançar com prudência, com seriedade, com firmeza e sem repetir os erros do passado, em conversações com a guerrilha”, disse Santos na recente Assembleia Geral da ONU em Nova York.

“As guerrilhas aceitaram a impossibilidade de uma vitória militar e o Estado mostra-se disposto a encontrar uma saída para o conflito através da solução política”, disse à AFP María Clemencia Castro, diretora do Observatório para o desarmamento da Universidade Nacional da Colômbia.

Desde que assumiu a presidência, em 2010, Santos vem preparando o terreno para um acordo através de diversos mecanismos, entre eles uma lei de restituição de terras e indenização a vítimas, um ponto-chave para as FARC, que surgiram como guerrilha de uma insurreição de trabalhadores rurais nos anos 60.

A agenda desse diálogo inclui cinco pontos, sendo o primeiro deles o desenvolvimento rural. Será também abordado o difícil tema da participação da guerrilha na fabricação e no tráfico de drogas na Colômbia.

Segundo recente pesquisa, mais de dois terços dos colombianos se mostram favoráveis a uma solução para um conflito que deixou muitos milhares de vítimas e que subtrai, a cada ano, dois pontos do Produto Interno Bruto.

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