A União Africana realiza nesta sexta-feira uma reunião de urgência para discutir o golpe de Estado aplicado por militares no Mali. Pelo menos três pessoas morreram durante o confronto entre os amotinados e a guarda presidencial, no momento em que o presidente Amadou Toumani Touré foi deposto.
Os golpistas dissolveram a Constituição e todas as instituições do país e fecharam as fronteiras. O golpe provocou uma onda de condenações no exterior por todas as principais organizações internacionais e dezenas de países, como a França e os Estados Unidos.
Uma fonte militar afirma que o presidente está na capital, Bamaco, em um acampamento militar protegido por homens da guarda presidencial.
O Mali previa realizar eleições presidenciais em 29 de abril, apesar de uma revolta tuareg lançada em janeiro, que provocou o êxodo de 206 mil pessoas para nações vizinhas, segundo a ONU.
Na quarta-feira, soldados se amotinaram para exigir, segundo eles, mais fundos para a guerra contra os rebeldes do norte, região imensa e desértica onde são registradas atividades de grupos islâmicos armados como a Al-Qaeda do Magreg Islâmico.
O motim chegou até a capital e depôs o Touré após confrontos com soldados revoltosos e a guarda presidencial. Em dois dias, houve 40 feridos, entre alguns civis, atingidos por balas perdidas.