Um pescador indiano foi morto e três outros ficaram feridos nesta segunda-feira quando um barco da Marinha americana abriu fogo contra um pequeno pesqueiro no litoral de Dubai, no sul do Golfo Pérsico, informaram as autoridades dos Emirados Árabes.
Oficiais americanos afirmaram que a embarcação a motor ignorou os avisos para que não se aproximasse do navio USNS Rappahannock, o que fez com que a tripulação se sentisse ameaçada.
"Desde o ano 2000, vínhamos nos preocupando com pequenas embarcações", indicou um oficial da Defesa em Washington à AFP, ao mencionar o ano de uma ação terrorista contra o destróier USS Cole no porto de Aden, no Iêmen.
Em outubro de 2000, 17 membros da Marinha americana foram mortos por um ataque a bomba no porto de Aden. A Al-Qaeda reivindicou a responsabilidade pela ação. Um comunicado da V Frota dos Estados Unidos, que tem sua base em Bahrein e alerta sobre possíveis ações iranianas nas águas do Golfo, disse que a tripulação abriu fogo contra o pesqueiro como último recurso.
"A tripulação americana tentou em reiteradas oportunidades avisar a quem conduzia o barco que se afastasse", afirma o comunicado. "O USNS Rappahannock usou uma série de meios não-letais e planejados para alertar a embarcação antes de apelar para a força", acrescentou.
"Ao fracassar os esforços para impedir que o barco continuasse se aproximando, a equipe de segurança do Rappahannock disparou projéteis de 50 milímetros com uma metralhadora", relatou.
A Marinha americana reforçou sua presença nos últimos meses no Golfo, ao qual tem acesso pelo estratégico Estreito de Ormuz, para enfrentar uma eventual crise com o Irã, que dispõe de inúmeras pequenas embarcações rápidas dotadas de lança-mísseis.
Teerã ameaçou fechar o Estreito de Hormuz, ao sul do Golfo, se as sanções internacionais aumentassem, interrompendo o tráfego de navios que fazem a distribuição do petróleo no mundo pela passagem. Washington enviou dois porta-aviões para a região – o USS Abraham Lincoln e o USS Enterprise – e dobrou de quatro para oito sua frota de caça-minas na área em 23 de junho.
Nesta segunda-feira, o Pentágono confirmou a implantação de um grupo liderado pelo porta-aviões USS John-Stennis, a fim de reforçar ainda mais sua presença na região. Foi aberta uma investigação sobre o incidente, informou o Pentágono.