A Geórgia fez nesta quinta-feira um apelo à comunidade internacional para pressionar a Rússia para que retire suas tropas da regiões separatistas georgianas da Abkházia e Ossétia do Sul, que Moscou reconhece como estados independentes.
"A Rússia continua aumentando seu potencial militar nos territórios ocupados e sua retórica é agressiva, o que representa uma ameaça direta para a segurança da Geórgia", afirma uma declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores georgiano.
A Chancelaria ressaltou que a comunidade internacional deve exigir da Rússia "garantias de não uso da força" contra a Geórgia, assim como "criar mecanismos internacionais nos territórios georgianos ocupados (Ossétia do Sul e Abkházia)".
Nesta quarta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país previu e se preparou para rejeitar a agressão da Geórgia contra a região separatista da Ossétia do Sul, que marcou há quatro anos o começo do conflito russo-georgiano, conhecido como a "guerra dos cinco dias".
"Não é nenhum segredo: havia um plano e agimos de acordo com ele. Foi elaborado pelo Estado-Maior no final de 2006 e começo de 2007 e foi estipulado comigo", disse o chefe do Kremlin.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores georgiano, esta declaração do presidente da Rússia "demonstra o caso omisso que as autoridades russas fazem do direito internacional".
O Governo georgiano apelou para a comunidade internacional para "continuar a pressão sobre a Rússia para que retire suas tropas de ocupação e respeite a soberania e a integridade territorial da Geórgia".
A guerra russo-georgiana, que o Kremlin denominou "operação para impor a paz" à Geórgia, concluiu com a vitória arrasadora da Rússia, que chegou a ter suas tropas próximas de Tbilisi, a capital georgiana.