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Gen Ex Pinto Silva – A Maneira mais Rápida de Iniciar uma Guerra é não ouvir os Soldados e a de encerrar uma Guerra é Perde-la

Nota DefesaNet

O Gen Ex Pinto Silva publica uma série de artigos sobre o Exército Brasileiro e os ataques perpetrados.

1 – EXÉRCITO BRASILEIRO – Trincheira em defesa da sociedade

2 – JULGAMENTO POLÍTICO DAS FORÇAS ARMADAS

Também recomendado.

Thread – O Golpe plantado pela Folha

O Editor

 

A MANEIRA MAIS RÁPIDA DE INICIAR UMA GUERRA É NÃO OUVIR OS SOLDADOS E A DE ENCERRAR UMA GUERRA É PERDÊ-LA

Pinto Silva Carlos Alberto [1]

“A afirmativa de que um aperfeiçoamento militar importante, ou seu planejamento, deva ser de opinião puramente militar é inaceitável e pode ser prejudicial. Também não é sensato convocar o militar – como fazem muitos governos quando estão planejando uma guerra (Política Nacional de Defesa) – para pedir conselhos puramente militar.”Clausewitz

São governos e parlamentos, por intermédio de Políticas Nacionais de Defesa, que têm de decidir sobre a preservação da paz, quanto aos passos individuais da escalada em tempo de tensão e, finalmente, acerca do emprego do poder militar para dissuadir ou para travar a guerra.

Ocorre que, muitas vezes, se observa a falta de uma ligação objetiva entre políticos e militares, o que dificulta a obtenção de respostas a questões em torno das razões para empregar o poder armado e que meios utilizar na conquista dos objetivos marcados pela política, necessários à defesa dos interesses nacionais.

Os militares, na conjuntura atual, estão entre os que com menos freqüência contribuem para a literatura básica estratégica e para o planejamento da Estratégia Nacional de Defesa. Muitos políticos entendem que as Forças Armadas constituem meramente um sistema gerencial destinado a “organizar, treinar e equipar forças da ativa e da reserva”, empregando-as quando determinado.

Provocar o afastamento dos militares do nível estratégico poderá levar uma Força Armada a se preocupar mais com a administração do que com o preparo e o emprego de suas tropas, além de gerar uma tendência de identificar, ou confundir, liderança militar com capacidade administrativa.

O argumento, defendido por alguns, que, em uma democracia, somente os políticos podem tratar de políticas e de planejamento em nível estratégico significa confundir o assunto, pois, na maioria dos casos, os políticos não participam desse processo no campo da Defesa, mas, sim, decidem sobre políticas ou estratégias que lhes são propostas pelos assessores militares ou civis especialistas no assunto, como em qualquer democracia no mundo.

Os políticos erram ao ver as Forças Armadas como um instrumento de governo e não de Estado. Por isso, buscam alijar os militares (apartidários) das decisões políticas e estratégicas necessárias à defesa da sociedade e do Brasil.

Essa atitude prejudica o planejamento da Estratégia Nacional de Defesa e a sua implantação, pois representa uma regressão do pensamento estratégico no País, em face de um injusto pré-julgamento dos militares feito por alguns maus políticos de plantão.

Somente por meio de uma completa compreensão da política nacional e da integração entre civis e militares, poder-se-á estabelecer os melhores parâmetros para o emprego bem-sucedido do Poder Militar no contexto de uma Estratégia Nacional de Defesa.

Niterói-RJ, maio 2022


[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES

 

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