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Gás mortífero está em mísseis, bombas e granadas de canhão

Roberto Godoy


 

Saddam Hussein produziu e inutilizou suas armas de destruição em massa no Iraque dos anos 80. O Irã pode montar seu arsenal do pavor quando quiser. A Coreia do Norte testou explosivos atômicos, mas não viabilizou uma bomba. Mas o risco iminente está na Síria, do instável Bashar Assad e seu formidável arsenal estratégico – granadas de artilharia, bombas aerotransportadas e, talvez, mísseis de médio alcance, municiados com cargas químicas. O regime sírio mantém um Comando Aeroestratégico criado por Hafez Assad, pai do atual presidente, que teria, prontas para uso, de 50 a 100 ogivas de 700 quilos de gases letais.

O veículo lançador é o Hwasong-6, uma versão modernizada pela Coreia do Norte do míssil Scud, produzido na União Soviética. A atual configuração tem sistema digital de navegação e alcance expandido, na faixa de 600 km. A unidade militar é definida por Assad como sendo "elemento de dissuasão" e foi organizada pelo general dissidente russo Anatoli V. Kuntsevich, um ex-assessor de Vladimir Putin para assuntos de armas químicas e biológicas. Ele responde desde 2002 a um processo por contrabando de 600 quilos do agente multiplicador do gás VX2, que atua sobre o sistema nervoso central. Kuntsevich é, ainda, o responsável pela instalação de um laboratório na periferia da cidade histórica de Alepo, próximo da fronteira com a Turquia, para a produção de Iperita, o gás mostarda que produz úlceras na mucosa respiratória provocando a morte por asfixia.

Em setembro de 2007, uma explosão acidental na fábrica matou 15 oficiais sírios e feriu 50 técnicos, entre os quais, iranianos e asilados iraquianos.

A transferência, pela Otan, dos antimísseis Patriot, anunciada pelo secretário da aliança atlântica, Andres Hasmussen, garante uma certa defesa. As três baterias sairão da Alemanha, Holanda e EUA. São do tipo PAC/3, preparadas para disparar até 16 interceptadores por vez contra alvos aéreos a 80 km de distância.

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