Está num impasse a fusão entre a EADS, a companhia Aeronáutica Espacial e de Defesa Europeia, e a BAE, a empresa aeronáutica britânica.
O objetivo é criar a maior companhia aeronáutica e de defesa do Mundo, sem intervenção governamental, mas existe ainda algum ceticismo.
França e Alemanha, acionistas indiretos da EADS, e Reino Unido, pela BAE, têm palavra no negócio, mas há muito por clarificar. Nomeadamente na ótica dos alemaes.
O responsável pela EADS, Tom Enders, esteve no comité dos assuntos económicos germânicos a prestar algumas explicações e, à margem dessa reunião, aproveitou para reforçar a importância do projeto europeu.
“Queremos criar uma companhia internacional de sucesso, que possa atrair mais investidores.
Temos muitos exemplos que provam que companhias deste setor e desta envergadura não precisam obrigatoriamente de ter envolvimento estatal”, afirmou Enders aos jornalistas.
A divisão de poder na nova empresa – com a EADS, segundo foi anunciado, a ficar com 60 por cento contra 40 da BAE – é o foco de maior discussão. Os acionistas da EADS querem mais. Mas os britânicos têm como trunfo a relação privilegiada com os Estados Unidos e não pretendem colocar essa ligação em risco com a fusão.
À espreita está a americana Boeing, que vê nesta fusão um poderoso concorrente, face aos Airbus produzidos pela europeia EADS.
As negociações para a fusão foram anunciadas há duas semanas. O negócio está avaliado em quase 40 milhões de euros e mexe com muitos interesses.
Berlim, Paris e Londres mantêm conversas de bastidores ao mais alto nível, à medida que se aproxima o “deadline” para a fusão: 10 de outubro.