Virou moda intervir em assuntos internos de outros países. Agora, foi a Organização dos Estados Americanos (OEA) que resolveu condenar a construção da usina, supostamente pensando na “integridade dos povos indígenas da região”. É de se estranhar essa sub-reptícia preocupação da A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh) da OEA com os índios brasileiros quando crianças mutiladas pela guerra intervencionista americana no Iraque sequer têm atendimento médico satisfatório.
Há 30 anos o governo brasileiro estuda e debate com o Legislativo e com a população daquela região paraense a construção da usina, fundamental para que o país suporte a escalada de demanda energética trazida pelo crescimento econômico de padrões chineses.
Parece, portanto, muito mais política do que técnica a posição da OEA, e a resposta do governo brasileiro deve ser incisiva. Estabelecido em bases democráticas, o Brasil tem dado voz a todas as correntes nacionais, contra e a favor da usina. Não pode, porém, admitir tentativas externas de ingerência num assunto que diz respeito exclusivamente ao contexto sócioeconômico brasileiro.
Faria melhor a OEA e seus humanistas de plantão se protestassem contra as ações do Exército norte-americano na Líbia, onde, a pretexto de enxotar um suposto ditador do poder, já fizeram dezenas de vítimas civis. Esses humanistas, aliás, também seriam bem-vindos no já citado Iraque e no Afeganistão.