Search
Close this search box.

Fórum pró-palestinos em Porto Alegre é criticado por comunidade judaica

Morris Kachani

 

O patrocínio dos governos gaúcho e federal ao Fórum Social Mundial Palestina Livre, que será realizado entre 28 de novembro e 1º de dezembro em Porto Alegre, vem sendo criticado na comunidade judaica do Brasil.

De acordo com Mari Perusso, secretária-adjunta da Casa Civil do governo Tarso Genro (PT), o Fórum receberá R$ 396 mil de um convênio com a Secretaria Geral da Presidência e mais R$ 44 mil bancados pelo Estado.

Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS, uma das entidades promotoras do encontro, diz que a verba se destina ao pagamento de despesas de viagem, deslocamentos e estadia de convidados, além da impressão de material gráfico e traduções.

Cerca de 8.000 pessoas, de 36 países, são esperadas. Entre ONGs e centrais sindicais, 207 entidades estão inscritas.

"O objetivo é reunir todos os comitês de apoio à causa palestina que existem no mundo. É a primeira vez que um evento desta natureza está sendo realizado", explica Nespolo. A princípio, ninguém do Hamas participará.

Para Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), o evento não propõe o entendimento e sim a destruição de Israel. "O teor da programação é hostil", diz.

Ele cita trechos do documento de referência, que deve pautar a maior parte dos debates: as menções a um "regime de apartheid", "sistemática limpeza étnica da maioria do povo palestino em 1948" e "ataques ao cristianismo e ao islamismo", atribuídos a Israel. Além da defesa de uma estratégia de boicote global ao Estado israelense.

O evento deriva do Fórum Social Mundial, que já teve cinco edições na capital gaúcha -todas com patrocínio do governo, segundo Perusso.

"Entendo o esforço brasileiro em se tornar protagonista nas grandes questões globais, mas organizar um fórum com estas características é importar o conflito para setores da sociedade daqui que sempre conviveram pacificamente", diz Lottenberg.

Na semana passada, ele esteve com o governador gaúcho, Tarso Genro. Em nota, Genro, cuja mãe, Elly Herz, é judia, assegurou que "eventuais posições que possam ser manifestadas no evento só serão apoiadas pelo governo do Rio Grande do Sul se estiverem norteadas pela posição do governo brasileiro".

A Prefeitura de Porto Alegre vai ceder seis locais para o evento. Mas, segundo o secretário de Coordenação Política, Cezar Buzatto, o município prefere não dar "apoio institucional" ao fórum.

Colaborou Felipe Bachtold, de Porto Alegre.

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter