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Forças ucranianas perdem avião, mas avançam sobre bastião separatista

Após intensos combates, forças ucranianas conseguiram avanços significativos na cidade de Lugansk, um dos redutos dos separatistas pró-Rússia no leste do país.

Informações do governo de Kiev neste domingo (17/08) dão conta de que tropas do Exército capturaram uma estação policial distrital no subúrbio da cidade, um centro industrial de 420 mil habitantes.

Os quatro meses de combates já custaram mais de 2.100 vidas, deixando a região à beira de uma catástrofe humanitária.

Autoridades locais afirmam que a cidade teve cortes no abastecimento de energia elétrica e água por até 15 dias consecutivos. Estimativas da ONU afirmam que mais de 285 mil pessoas deixaram o leste do país devido aos combates.

Também a cidade de Donetsk, considerada o maior bastião das forças separatistas, sofre com os combates e bombardeios. De acordo com as autoridades locais, dez civis morreram e oito ficaram feridos apenas nas últimas 24 horas.

Mas, apesar das recentes derrotas, as forças separatistas ainda não perderam sua capacidade de combate. Um porta-voz das forças armadas ucranianas declarou neste domingo que os rebeldes derrubaram um caça MiG 29 da força aérea ucraniana após ataque na região de Lugansk.

O piloto se ejetou da aeronave e teria sido levado a um lugar seguro, afirmou o porta-voz. No entanto, outro representante militar disse que o estado do piloto ainda deverá ser esclarecido.

Comboio russo aguarda inspeção

Uma coluna de veículos armadas foi vista a sudoeste de Lugansk, nos arredores de uma cidade próxima à fronteira com a Rússia. Não está claro se os veículos, que se dirigiam para o oeste, vinham ou não do país vizinho. A área é próxima do local onde um enorme comboio russo de ajuda humanitária, destinada a Lugansk e outras localidades, aguarda do outro lado da fronteira para adentrar o território ucraniano.

Kiev e o Ocidente temem que o comboio de 270 caminhões possa ser um "cavalo de Tróia" para ajudar os rebeldes no leste ucraniano, ou que sirva de motivo para Moscou ordenar a entrada na Ucrânia das 20 mil tropas que a Otan afirma estarem estacionadas na fronteira entre os dois países.

Os caminhões aguardam há dias em uma cidade perto da fronteira, devido a objeções do governo ucraniano que, inicialmente, reclamou que o transporte não estaria autorizado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Antes de adentrar o território ucraniano, a carga dos caminhões deve passar por uma inspeção. Uma enorme máquina de raio-X foi trazida para o local para ser utilizada na vistoria da carga dos veículos.

A Cruz Vermelha afirma que oficiais russos e ucranianos concordaram com os termos da inspeção, mas insiste que garantias de segurança devem ser dadas para que o comboio possa atravessar o território rebelde.

"Haverá uma reunião amanhã entre as partes envolvidas", afirmou Paul Picard, um dos observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). "Não haverá inspeção de veículos hoje."

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou ao vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que os separatistas ainda devem permitir o acesso seguro da ajuda humanitária.

Ministros do Exterior se reúnem em Berlim

O ministério do Exterior da Rússia exigiu repetidas vezes que Kiev interrompesse os ataques para que a ajuda possa chegar aos moradores das cidades do leste da Ucrânia, que estão há dias sem eletricidade ou água.

Os ministros do Exterior da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha irão se reunir em Berlim neste domingo para discutir a crise.

Antes do encontro, o ministro alemão, Frank-Walter Steinmeier, declarou que a busca por uma solução política não deve ser negligenciada, enquanto esforços são feitos para levar ajuda humanitária aos civis nas cidades de Lugansk e Donetsk, controladas pelos separatistas. O foco das conversas será o estabelecimento de um cronograma para um cessar-fogo duradouro e para um controle efetivo da fronteira da Ucrânia com a Rússia.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, exigiu que Moscou esclarecesse a declaração de um dos líderes separatistas de que tropas treinadas em solo russo teriam chegado ao leste ucraniano para dar apoio aos insurgentes.

Alexander Zakharchenko, o "primeiro-ministro" da autoproclamada República Popular de Donetsk, afirmou em um vídeo divulgado na internet neste sábado que as forças rebeldes deram as boas-vindas aos 1.200 soldados "que receberam quatro meses de treinamento em território russo", além dos 150 itens de equipamento militar pesado, incluindo tanques.

 

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