A China não pretende equiparar sua força militar à dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira o general chinês Chen Bingde, durante visita a Washington. Chen afirmou, em fala na Universidade Nacional de Defesa dos EUA, que as Forças Armadas Americanas seguem sendo muito mais avançadas do que as chinesas, apesar do progresso militar recente do país asiático.
Mas o general advertiu que, se os EUA seguirem vendendo armas para Taiwan – considerada por Pequim uma província rebelde -, as relações bilaterais entre americanos e chineses podem se deteriorar. "O impacto negativo dependerá na natureza das armas vendidas a Taiwan", disse ele.
No ano passado, Pequim cortou a maioria de seus laços militares com os EUA após os americanos terem anunciado a venda de US$ 6 bilhões em armas a Taiwan.
"Brecha"
"A China nunca teve a intenção de desafiar os EUA (militarmente)", disse Chen, que é chefe do Estado Maior do Exército de Libertação Popular da China. "Apesar dos avanços militares e em defesa da China, ainda existe uma brecha entre vocês (EUA) e nós".
Estima-se que o orçamento militar da China tenha sido de US$ 78 bilhões em 2010, contra US$ 729 bilhões gastos pelos Estados Unidos. Mas os chineses têm um Exército maior, segundo estimativas: 2,26 milhões de oficiais na ativa, em comparação com 1,58 milhão de oficiais americanos.
A viagem de Chen aos EUA foi vista, na China, como um sinal da importância que as autoridades chinesas dão à manutenção de bons laços militares externos, relata o especialista em defesa da BBC, Jonathan Marcus.
Ele agrega, porém, que a harmonia aparente encobre tensões significativas entre Washington e Pequim. O objetivo da modernização militar chinesa é ampliar seu alcance militar para além de suas fronteiras, o que pode desafiar o poderio americano.