A expansão nuclear da China será freada por um novo padrão de segurança como consequência da crise sofrida em Fukushima após o terremoto do Japão, informou nesta quarta-feira ao jornal China Daily um dos funcionários que participam do projeto.
"A China executa uma inspeção geral de todas suas usinas nucleares e a aprovação de novos projetos ficou suspensa até que sejam publicadas novas normas de segurança", assinalou Chen Da, um especialista da Academia Chinesa de Ciências, órgão vinculado ao Executivo chinês, que participou das inspeções.
Chen acrescentou que a China "aprendeu com a crise nuclear japonesa que deve implementar métodos de prevenção antes que ocorra um desastre". O relatório será entregue ao governo central no final de maio, acrescentou o funcionário, quando serão completados dois meses do terremoto.
A China conta com 13 reatores nucleares ativos, que representam 0,8% do consumo energético do país, e tem outros 28 em construção. Além disso, Pequim planeja construir outros 20 durante a próxima década com o fim de atingir a capacidade de 70 milhões de quilowatts em 2020.
O cientista explicou que seu país é "o que mais depende de energias tradicionais no mundo", motivo pelo qual tem necessidade de desenvolver rapidamente sua expansão nuclear.
A China depende em até 70% do carvão, cuja combustão transforma o país asiático no mais poluído e poluidor do mundo, à frente dos Estados Unidos. No ano passado, importou 55% do petróleo que consome, segundo dados oficiais.
O país é um dos maiores consumidores de energia do planeta, com 18% do total, e colocou como meta aumentar sua produção nuclear para entre 22% e 24% do seu consumo até 2050, o que "será um grande salto", assegurou Chen.
Embora nos dias posteriores ao terremoto do Japão e à crise na central de Fukushima as autoridades chinesas tivessem garantido que a expansão nuclear não seria afetada, decidiram paralisar a aprovação de novos projetos até reforçar as inspeções de segurança.