O Exército do Chile removerá minas antitanques que foram colocadas durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) perto do caminho que leva a um parque turístico localizado na Patagônia, no sul do Chile, informou uma fonte militar.
“São cinco campos minados que representam um perigo para quem transita pela rota e, por isto, o país pretende reduzir os riscos para o turismo”, disse o comandante-em-chefe da 5ª Divisão do Exército, Luis Zegpi, citado em 23 de setembro pelo jornal El Mercurio.
As minas foram enterradas no final da década de 70 perto do caminho que conduz ao parque nacional Torres del Paine, localizado a mais de 3 mil quilômetros ao sul de Santiago, perto da fronteira com a Argentina, e que recebe anualmente cerca de 150 mil turistas, sendo o mais visitado do país.
“Estamos trabalhando para responder a uma necessidade muito grande”, acrescentou Zegpi, já que a região é muito frequentada por turistas, e a única medida de precaução para evitar acidentes é a existência de cartazes que indicam “Perigo, campo minado”.
Foram enterradas no Chile mais de 180 mil minas nas fronteiras norte e na região do extremo sul do país, durante a ditadura de Pinochet, e até o momento foram eliminadas aproximadamente 50 mil, segundo dados do Ministério da Defesa.
Em fevereiro passado, a fronteira entre Chile e Peru foi fechada por causa do deslizamento de minas, produto de fortes chuvas que afetaram o setor, e em maio morreu um cidadão peruano em função da explosão de uma mina, quando ele tentava cruzar ilegalmente o limite internacional.
Chile e Peru decidiram, em agosto, encomendar à organização humanitária norueguesa Norwegian People’s Aid a remoção das minas na fronteira.