RFI
A retirada da tropas foi confirmada por Michael Wunn, porta-voz das forças armadas americanas. Os Estados Unidos contam com cerca de 100.000 soldados no país. O presidente Barack Obama, já havia anunciado em junho que diminuiria em um terço o número de soldados presentes no Afeganistão até 2012, o equivalente a 33 mil militares. Até o final do mês, outros 800 soldados devem deixar a região, e 10 mil até o final do ano.
Cerca de dois terços dos 140 mil homens da coalizão internacional presentes no país é formada por tropas americanas. Alguns parlamentares democratas são favoráveis a uma retirada mais rápida das tropas, mas o Pentágono julga a ação ‘precoce.’ As forças armadas americanas indicaram, entretanto, que antes do final do ano não deve haver um retorno massivo de soldados, e que o contigente está praticamente completo para combater os rebeldes talibãs durante o verão.
A guerra no Afeganistão era uma das prioridades do programa de campanha do presidente Barack Obama. Em dezembro de 2009, ele anunciou em um discurso o envio de tropas suplementares, antecipando, entretanto, que a retirada teria início 18 meses depois. A intervenção no Afeganistão, 8 anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, tournou-se aos poucos cada vez mais impopular nos Estados Unidos, o que levou Obama a acelerar o processo de transferência da segurança do país para as tropas afegãs.
A questão foi debatida durante a Conferência pela Afeganistão, realizada em janeira em Londres, além de um plano de paz com talibãs que aceitassem deixar a luta armada. A corrupção na polícia afegã, entretanto, e a infiltração de insurgentes nas tropas, revelaram-se um obstáculo para a execução do projeto. Mas morte de Bin Laden, líder da Al Qaeda, assassinado no Paquistão pelas forças americanas em 2 de maio, e o enfraquecimento da rede terrorista, acabou sendo decisiva para estabelecer uma nova estratégia no conflito afegão.