Os Estados Unidos enviaram nesta quarta-feira (17) quatro caças F-22 Raptor para a Coreia do Sul, em uma nova demonstração de força para a Coreia do Norte, que fez, recentemente, um exercício nuclear e de mísseis.
Os caças de quinta geração, que podem ficar indetectáveis a radares, voaram a baixa altitude sobre a base aérea de Osan, a aproximadamente 55 quilômetros a sul de Seul, pouco depois de serem enviados para o país asiático, informou a agência de notícias coreana Yonhap.
O destacamento dos quatro caças norte-americanos para a Coreia do Sul é uma ação incomum com a qual, aparentemente, os aliados pretendem demonstrar sua força após as recentes atitudes da Coreia do Norte.
O regime de Kim Jong-un fez um exercício nuclear em 6 de janeiro e, no dia 7 de fevereiro, lançou um satélite espacial, em uma ação fortemente criticada pela Coreia e pelos Estados Unidos, que a comunidade internacional também censurou e considerandou uma exibição de mísseis balísticos velada, o que violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que, por isso, se prepara para anunciar novas sanções à Coreia do Norte.
O F-22 Raptor, um caça importante estrategicamente para o Exército norte-americano, tem tecnologias avançadas e alta capacidade de ataque, sendo também dificilmente detectável nos radares.
Pouco depois do quarto teste nuclear da Coreia do Norte em 6 de janeiro, o Força Aérea estadunidense enviou para a Coreia do Sul um bombardeiro B52 Stratofortress, que tem capacidade para transportar armas nucleares, também como uma demonstração de força.
O B-52 sobrevoou em baixa altitude o território sul-coreano, antes de seguir para a base da ilha de Guam, no Pacífico, onde permanece estacionado.
O submarino de ataque USS North Carolina chegou ao porto sul-coreano de Busan na segunda-feira para participar em exercícios conjuntos com o exército da Coreia do Sul.
Também é aguardada a chegada a Coreia do Sul do porta-aviões nuclear USS John C. Stennis, que deve participar em exercícios conjuntos previstos para março, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.
Líder da Coreia do Sul endurece e promete medidas "fortes" contra Pyongyang¹
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, prometeu nesta terça-feira adotar novas medidas "fortes" contra a Coreia do Norte, depois de suspender as operações de um parque industrial conjunto como punição a Pyongyang pelo lançamento de um foguete de longo alcance e um quarto teste nuclear
É hora de encarar a "verdade incômoda" de que o Norte não irá mudar, disse Park, em declarações que sinalizam uma mudança significativa de postura de uma líder cuja política em relação aos norte-coreanos vinha se baseando no que ela descreveu como "política da confiança" e que ela tinha esperança de lançar as bases para uma futura unificação.
Park afirmou que esforços anteriores de aproximação não funcionaram. "Tornou-se claro que a abordagem e a boa vontade existentes não interromperão o ímpeto de desenvolvimento nuclear do regime norte-coreano", disse a presidente ao Parlamento.
Washington e Seul estão buscando o apoio de Pequim, o principal aliado de Pyongyang, para sanções mais severas contra a Coreia do Norte em reação ao lançamento de foguete do dia 7 de fevereiro e ao teste nuclear de janeiro.
"A premissa da política de confiança era a de que o Norte era um parceiro. Os comentários da presidente significam na prática que esta premissa está errada. É uma reviravolta completa na política para a Coreia do Norte", disse Hong Sung-gul, professor de ciência política da Universidade Kookmin.
Na semana passada, a Coreia do Sul interrompeu o funcionamento da zona industrial de Kaesong, que vinha sendo administrada conjuntamente com o Norte há mais de uma década. O parque industrial era uma fonte essencial de moeda forte para o empobrecido Norte comunista.
Seul também concordou em iniciar conversas com Washington para a instalação de um sistema de defesa de mísseis em solo sul-coreano, algo a que a China se opõe veementemente.
Seul e Washington declararam que o lançamento de foguete foi de fato um teste de míssil de longo alcance que violou resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O Norte afirmou que o lançamento foi parte de seu programa científico e concebido para enviar satélites ao espaço.
¹com Reuters e AFP