Tropas dos EUA e da Coreia do Sul realizaram um grande exercício militar neste sábado, simulando uma ofensiva mar-terra contra defesas da Coreia do Norte em meio a tensões e ameaças do país de aniquilar seus inimigos.
Os esforços de chegada e ofensiva por mar, realizados na costa leste da Coreia do Sul, foram parte de um programa de exercícios de oito semanas realizado entre os dois aliados – considerados por Seul como o maior já realizado.
A Coreia do Norte classificou as manobras como “movimentações de guerra nuclear” e ameaçou responder com uma ofensiva.
A tensão na península coreana tem sido alta desde que o Norte conduziu seu quarto teste nuclear em janeiro, tendo também efetuado um lançamento de foguete de longa distância no mês passado, originando novas sanções das Nações Unidas.
Cerca de 55 aeronaves da Marinha dos EUA e 30 navios norte-americanos e sul-coreanos participaram dos exercícios próximos das praias da cidade de Pohang, segundo militares.
“Eles vão adentrar defesas nacionais da praia inimiga, estabelecer uma presença na praia e rapidamente transicionar forças e suporte em terra”, disse o comando militar dos EUA situado na Coreia do Sul, em comunicado antes do exercício.
Militares da Coreia do Norte disseram estar preparados para contra-atacar os EUA e a Coreia do Sul “com um ataque ultra-preciso ao estilo coreano.”
Líder da Coreia do Norte ordenou mais testes nucleares, diz agência
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, assistiu ao teste de lançamento de um míssil balístico e ordenou que o país aperfeiçoe sua capacidade de realizar ataques nucleares conduzindo mais testes, relatou a agência estatal de notícias KCNA nesta sexta-feira.
A reportagem não informou quando o teste ocorreu, mas provavelmente se referia ao lançamento de dois mísseis de curto alcance na quinta-feira, que voaram 500 quilômetros e caíram no mar.
"O prezado camarada Kim Jong Un disse que o trabalho… deve ser reforçado para aprimorar a capacidade de realizar ataques nucleares e emitiu tarefas de combate para que continuem os testes de explosões nucleares, para avaliar o poder das ogivas nucleares recém-desenvolvidas, e os testes para aprimorar a capacidade de realizar ataques nucleares", disse a KCNA.
No começo da semana, a mídia estatal citou comentários do líder norte-coreano segundo os quais sua nação miniaturizou ogivas nucleares para montá-las em mísseis balísticos.
As tensões na península coreana aumentaram dramaticamente depois que o isolado país comunista levou a cabo seu quarto teste nuclear em janeiro e disparou um foguete de longo alcance no mês passado, levando o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a adotar uma resolução pedindo novas sanções.
Realizar mais testes nucleares seria uma violação clara das sanções da ONU, que também proíbem testes de mísseis balísticos, embora Pyongyang as tenha rejeitado. A Coreia do Norte tem um grande arsenal de mísseis de curto alcance e está desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance (ICBMs, na sigla em inglês).
Jeong Joon-hee, porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, afirmou que "é simplesmente um comportamento imprudente e irrefletido de alguém que não faz ideia de como o mundo funciona" quando indagado sobre os comentários de Kim.
Na China, o apoiador econômico e diplomático mais importante da Coreia do Norte, o Diário do Povo, principal jornal do país, exortou todos os lados a serem "pacientes e corajosos", mostrar boa vontade e retomar as conversas de paz.
A Coreia do Sul disse não acreditar que seu vizinho do norte teve sucesso em miniaturizar uma ogiva nuclear ou em acionar um míssil balístico intercontinental funcional.