O senador republicano John McCain pediu nesta terça-feira que os Estados Unidos considerem armar as forças de oposição sírias que lutam contra o presidente Bashar al-Assad. "Deveríamos começar a considerar todas as opções, inclusive armar a oposição. O banho de sangue deve parar", disse aos jornalistas.
McCain, que não chegou a pedir a intervenção militar, fez essas declarações antes de se reunir com outros senadores republicanos e com o ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, que iniciou uma visita oficial a Washington na segunda-feira. Ele também defendeu "um grupo de contato, uma coalizão conjunta" sobre a Síria, mas não especificou exatamente a que se referia.
O republicano se pronunciou um dia depois de os Estados Unidos terem fechado sua embaixada na Síria e retirado todo seu pessoal, em meio a uma escalada de repressão contra a oposição por parte do regime de Assad. O presidente Barack Obama evitou falar sobre uma eventual intervenção militar, mas prometeu continuar pressionando pela via diplomática.
A Rússia e a China vetaram no sábado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenava a violência, que, segundo grupos de direitos humanos, já causou a morte de cerca de 6.000 pessoas desde o começo da revolta opositora há quase um ano.
Crise síria é muito diferente da líbia, diz senador dos EUA
O legislador democrata John Kerry, que preside a Comissão de Relações Exteriores do Senado, considerou nesta terça-feira que a crise síria é muito diferente do caso líbio e pediu que a Rússia e a China apoiem as iniciativas da ONU contra o regime de Bashar al-Assad.
A situação na "Síria é muito diferente" dos acontecimentos registrados na Líbia no ano passado que levaram as forças da Otan a atacar o regime de Muamar Kadhafi, constatou John Kerry, em ocasião da visita ao Congresso do ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman.
"É um cenário muito diferente, com atores muito diferentes e perspectivas muito diferentes", acrescentou o senador por Massachusetts (nordeste) e ex-candidato à presidência, em 2004. Kerry recomendou "um enfoque diferente" (com a Síria): "temos que condenar o que está acontecendo e trabalhar estreitamente com a China e a Rússia para vermos se podemos levá-los a mudar de posição".
Moscou e Pequim impuseram seus vetos no sábado a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenava a repressão na Síria, onde nos últimos dias o número de mortos aumentou consideravelmente. Só na segunda-feira, os ativistas opositores indicaram 69 mortes, a maioria durante os bombardeios na cidade rebelde de Homs.