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EUA devem olhar América Latina

MARCO RUBIO
LOS ANGELES TIMES

 

Os EUA não podem dar-se o luxo de continuar deixando a América Latina em banho-maria enquanto concentram o grosso de sua atenção na Ásia, Europa e Oriente Médio. Os esforços americanos deveriam se concentrar em quatro áreas fundamentais: construir um movimento democrático, melhorar os laços comerciais, cooperar em questões de energia e construir e fortalecer alianças de segurança.

Não foi por acaso que uma maior prosperidade se seguiu ao fortalecimento de instituições democráticas na América Latina. Não é surpresa que Cuba, que ainda não é uma democracia, enfrente dificuldades. Olhando para uma futura era pós-Castro, os cubanos estão empreendendo ações cada vez mais ousadas para ter liberdades políticas e econômicas. Os EUA deveriam apoiá-los encontrando maneiras de aumentar a conectividade entre cubanos e expandir o acesso a tecnologias na ilha.

Também precisamos ajudar democracias pouco desenvolvidas da América Latina. As eleições livres são fundamentais, mas não bastam. Como se viu na Venezuela, na Nicarágua, no Equador e na Bolívia, líderes eleitos podem usar o poder democraticamente obtido para abusar de seu povo, atacar liberdades fundamentais e enfraquecer a sociedade civil. Um novo desafio poderá se colocar em breve, já que a Venezuela fará sua eleição presidencial em outubro. Se Hugo Chávez perder a eleição ou ficar incapaz de governar, outros países do hemisfério deviam ser proativos e resolutos ao deixar claro que não farão nenhuma tentativa de suspender a ordem constitucional.

Os avanços recentes de prosperidade e mobilidade social na América Latina ajudaram a fortalecer democracias e a criar novos consumidores. Após décadas de ditaduras, guerras e corrupção, muitos países latino-americanos surgiram como exemplos das coisas boas que ocorrem quando a livre iniciativa cria raízes. Países como Colômbia e Chile foram um dia assolados por conflitos que requereram ajuda ou intervenção internacional, mas estão se engajando no mundo como nunca, tornando-se autossuficientes e oferecendo novas oportunidades econômicas aos EUA.

Infelizmente, há um senso crescente de protecionismo fincando raízes e essa maré precisa ser revertida. No ano passado, o Congresso finalmente aprovou acordos de livre comércio com a Colômbia e o Panamá, que em breve entrarão em vigor e ajudarão a reduzir as barreiras comerciais para americanos venderem seus produtos e serviços, como fizeram os acordos passados com Chile, Peru, América Central e México. No front da energia, o Hemisfério Ocidental precisa se estabelecer como uma alternativa democrática, pacífica e estável ao Oriente Médio na produção mundial. Uma aliança energética formada por EUA, Canadá, México, Colômbia, Brasil e uma Venezuela pós-Chávez ajudaria nessa meta.

De um ponto de vista da segurança, o crime organizado violento precisa ser enfrentado. A despeito das exortações de alguns, isso não pode ocorrer pela legalização ou a descriminação do tráfico de drogas.

A Colômbia tornou-se uma história de sucesso de segurança, não porque seus líderes tenham legalizado as drogas, mas porque tiveram a coragem de combater os cartéis e os narcoterroristas das Farc. Mas a luta não terminou e os EUA precisam continuar dando seu apoio, o que incluiria fornecer à Colômbia aviões armados não tripulados. Países como a Colômbia podem, então, usar sua experiência para exportar segurança a pontos problemáticos como Honduras e Guatemala.

Finalmente, o Irã tenta aumentar sua influência na região, buscando aliados para contornar sanções, colher informações secretas e ter capacidade para ataques terroristas. As democracias da região precisam se unir para impedi-lo.

Chegou a hora de provar, por palavras e atos, que estamos comprometidos a ajudar a moldar o século 21 como um século de prosperidade e segurança sem precedentes no Hemisfério Ocidental.

TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

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