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‘Estamos à beira de nova Guerra Fria’, diz Mikhail Gorbachev

Em um evento de comemoração do fim de um dos maiores símbolos da "primeira" Guerra Fria, realizado no Portão de Brandenburgo, na capital alemã, Gorbachev se disse preocupado com os recentes conflitos no Oriente Médio e na Europa. Ele ainda pediu que o díalogo fosse reestabelecido entre o Ocidente e a Rússia para que os dois lados possam restaurar sua confiança mútua.

"O derramamento de sangue na Europa e no Oriente Médio junto com o fim do diálogo entre as nações mais poderosas é motivo de enorme preocupação", ele afirmou.

"O mundo está à beira de uma nova Guerra Fria. Alguns estão até mesmo dizendo que ela já começou."

No entanto, Gorbachev também não poupou críticas ao Ocidente. Para eles, os países ocidentais, em especial os Estados Unidos, sucumbiram ao "triunfalismo" após o fim da União Soviética em 1991.

Nos últimos meses, as tensões entre o Ocidente e a Rússia aumentaram por causa da crise na Ucrânia, que era parte da União Soviética.

Mais de 4 mil pessoas já morreram nos conflitos no leste do país entre forças ucranianas e separatistas, que assumiram o controle da região das cidades de Donetsk e Lugansk em abril.

Um frágil cessar-fogo foi acordado em setembro, mas eleições promovidas pelos rebeldes no últimos final de semana trouxeram à tona o receio de que o conflito volte com toda força.

Controvérsia

Segundo o correspondente da BBC em Berlim, Damien McGuinness, Gorbachev buscou reduzir esta tensão com o pedido de diálogo, para que a situação não piore ainda mais.

"Seus comentários podem ser vistos como um esforço louvável, mas algumas de suas opiniões são motivo de controvérsia no Ocidente", afirma McGuinness.

"Ele diz que a Europa e os Estados Unidos são parcialmente culpados pelo conflito na Ucrânia, ao citar a expansão da Otan no leste da Europa. E ele acusou líderes ocidentais de se aproveitarem do estado de fraqueza da Rússia após o fim da União Soviética."

Gorbachev é o líder responsável pela reaproximação da União Soviética e do Ocidente no fim dos anos 1980 e por criar uma atmosfera mais liberal, o que levou ao colapso dos regimes comunistas na Europa em 1989.

Em 9 de novembro daquele ano, a Alemanha Oriental abriu suas fronteiras, o incluía o muro em Berlim, que separava as partes leste e oeste da capital alemã.

Centenas de pessoas estão chegando neste fim de semana a Berlim para comemorar os 25 anos da queda do muro.

As celebração inclui um show de rock e fogos no portão de Brandenburgo, com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes.

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