O chanceler Antonio Patriota conversou nesta terça-feira com seu colega do Equador, Ricardo Patiño, sobre a possível criação de uma nova entidade regional de direitos humanos, que na opinião do ministro equatoriano deve ser guiada por uma "nova lógica" e funcionar "dentro ou fora do âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA)". O encontro aconteceu em Manaus, durante a IX Reunião de Ministros das Relações Exteriores dos países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Patiño afirmou que muitos governos não aceitam que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) "atue como fiscal" na região e ignore os avanços de muitos países latino-americanos no combate à desigualdade, que "também são direitos humanos". O Equador, a Venezuela e outros países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) já tiveram diversos atritos com a CIDH, principalmente devido às críticas desse organismo às limitações da liberdade de imprensa nesses locais.
Durante o encontro também foram analisados outros aspectos da agenda regional, como a situação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a próxima Cúpula do Mercosul, que será realizada em dezembro, em Montevidéu, e na qual o Equador estará presente.
Patriota destacou que nesta segunda-feira o Brasil e o Equador assinaram um acordo para incentivar as transações bilaterais entre os dois países e que prevê novas formas de financiamento nas trocas comerciais. "Acreditamos que após esse acordo o comércio entre Brasil e Equador (que somou US$ 800 milhões em 2010) vai aumentar ainda mais, estou entusiasmado", disse o chanceler brasileiro.
Patriota também antecipou que a presidente Dilma Rousseff realizará sua primeira visita oficial ao Equador no próximo ano, em data ainda não definida.
Os chanceleres da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Suriname, Winston Lackin, assim como representantes da Bolívia, Colômbia, Peru e Guiana participaram da reunião da OTCA.