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Em escalada de tensão, governo da Ucrânia acusa Rússia de ‘invasão’

O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, acusou as forças navais russas de ocupar aeroporto de Sebastopol, na região autônoma da Crimeia. O ministro, que integra o governo provisório do país, chamou a suposta presença russa de "invasão armada". Mas o comando da frota russa do Mar Negro negou a participação de soldados russos na ocupação do aeroporto.

O principal aeroporto da Crimeia, na capital, Simferopol, também foi ocupado por homens armados nesta sexta-feira. Os homens seriam membros de uma milícia pró-Rússia. O Parlamento ucraniano pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação na Crimeia, única região de maioria russa no país. Em meio à escalada de tensão, o banco central da Ucrânia impôs um limite de 15.000 hryvnia (cerca de R$ 32 mil) para saques bancários em moeda.

A tensão aumenta
As relações entre a Rússia e a Ucrânia têm sido tensas desde que o presidente ucraniano, o pró-russo Viktor Yanukovych, foi afastado, na semana passada. Estas tensões têm sido particularmente evidentes na Crimeia, onde há um apoio popular maior a um governo pró-Rússia.

Na quinta-feira, o presidente interino ucraniano, Olexander Turchynov, alertou a Rússia contra qualquer tentativa de "agressão militar" na Crimeia. Turchynov disse que as tropas da frota russa do Mar Negro não estão autorizados a operar além de sua base naval na cidade costeira de Sebastopol.

A advertência ocorreu depois de homens armados tomarem o Parlamento regional em Simferopol, palco de confrontos entre grupos pró e anti-Rússia no início desta semana. O Parlamento da Crimeia disse que pretende organizar um referendo sobre a reivindicação de mais autonomia do governo central em Kiev. Os Estados Unidos alertaram contra qualquer intervenção militar por parte da Rússia.

Separatismo
Turchynov, o presidente interino da Ucrânia, expressou preocupação com o que chamou de "série ameaça" separatista no país. A Ucrânia vive um momento de tensão entre sentimentos nacionalistas, despertada com os protestos que resultaram no afastamento do presidente pró-Rússia Yanukovych.

A Rússia vem considerando a deposição de Yanukovych como um golpe da oposição, enquanto a maioria dos países da União Europeia apoia a mudança de governo. Segundo o repórter da BBC em Simferopol, Daniel Sandford, a violência na cidade ilustra a complexidade da situação da região, que piorou diante do vácuo de poder.

"Os crimenianos russos temem que o novo governo em Kiev represente uma ameaça a seus laços com a Rússia", afirmou Sandford.

Já os crimenianos de etnia tártara apoiam a mudança. Tidos como os primeiros ocupantes da região, eles sofreram uma invasão russa no século 18 e, nos anos 1940, acabaram expulsos da região por Stalin, só retornando à Crimeia nos anos 1990.

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