Os generais americanos David Petraeus e John Allen pediram a Jill Kelley que tentasse impedir uma provocação contra o Islã por parte de um locutor de rádio, temendo que isso colocasse em risco as tropas americanas mobilizadas em países islâmicos, afirmam meios de comunicação neste sábado.
Os dois generais pediram a Kelley – que vive em Tampa, Flórida, e uma das duas mulheres no seio do escândalo que forçou Petraeus a renunciar do cargo de chefe da CIA – para impedir que Todd Alan Clem, conhecido como "Bubba the Love Sponge", que havia prometido "fritar" o Alcorão, concretizasse esta ameaça, afirmou a rede NBC News. O episódio ocorreu no mês de março, segundo e-mails enviados por Kelley e citados pela rede de televisão.
Allen, comandante das forças da Otan no Afeganistão, e Petraeus também pediram a Kelley que contactasse o prefeito de Tampa, Bob Buckhorn. "Allen e Petraeus me enviaram e-mails para que solucione isto", escreveu Kelley ao prefeito, segundo a NBC.
O Islã proíbe o desrespeito ao Alcorão, e a queima deste livro sagrado por parte de um controverso pastor cristão na Flórida desencadeou fortes manifestações no mundo muçulmano.
Entenda o caso
O general David Petraeus, que já comandou as tropas americanas nas guerras do Iraque e do Afeganistão, renunciou ao posto de chefe da CIA após o escândalo de seu envolvimento com sua biógrafa vir à tona. O caso começou a ser investigado em maio deste ano, quando Jill Kelley informou a um amigo agente do FBI que estava recebendo e-mails anônimos com ameaças. Esse agente levou o caso para a divisão de crimes cibernéticos da agência.
Após uma investigação, feita à margem do Congresso e da Casa Branca, determinou-se que os e-mails para Kelley foram enviados por Paula Broadwell, cuja motivação seria o temor de que Petraeus estivesse se relacionando com a socialite. O FBI também apurou que o general e sua biógrafa mantiveram um caso e passou a investigar se isso levou ao vazamento de documentos confidenciais da CIA