Iniciou-se uma fase ativa da operação da OTAN visando o envio à Turquia de complexos de mísseis antiaéreos Patriot. As armas estão sendo transportadas por via marítima da Alemanha e da Holanda para a sua posterior instalação ao longo da fronteira turca com a Síria.
Os Patriot chegarão ao destino no fim de janeiro, devendo ser colocados no decurso de um mês. Segundo os peritos da OTAN, será possível, deste modo, proteger a Turquia contra ataques da aviação síria e possíveis golpes de mísseis.
Espera-se que, ao todo, sejam estacionados seis complexos: dois procedentes da Alemanha, dois – dos Países Baixos, e dois provenientes dos EUA. De acordo com o Comando Europeu das Forças Armadas dos EUA, os sistemas de artilharia antiaérea estão a ser montados no sul da Turquia.
Supõe-se ainda que desta operação na OTAN venham participar os contingentes militares da República Tcheca, Eslováquia, e Polônia, encarregados dos serviços de comunicações e coordenação de ações entre as baterias de mísseis.
Cumpre recordar que a Turquia pedira assistência da OTAN ainda em novembro de 2012 após um incidente em que os disparos realizados a partir do território sírio causaram cinco vítimas mortais.
Os complexos Patriot têm a capacidade de atingir alvos à distância de 70 km e à altura de 20 km. Na opinião de peritos, o seu uso, visando à intercepção de projeteis de artilharia ou lança-granadas, seria equiparável ao emprego de obus contra um bando de pardais. Por isso, não se trata apenas de um objetivo nobre de defender a Turquia. Ao que parece, tem-se em vista a preparação para uma operação militar contra a Síria, afirma o perito militar russo, Viktor Baranets.
"A OTAN está formando um cerco de mísseis em volta da Síria. Para que? Para cercar a Força Aérea e as Tropas da Defesa Anti-Aérea e estrangular o regime de Bashar al-Assad se o Presidente sírio não chegar a um acordo com a oposição. Tal incursão seria viável apesar de Barack Obama e os generais da OTAN denunciarem por repetidas vezes tal hipótese militar. Acontece que os Patriot impedirão aos aviões e mísseis de Assad de fazerem frente às forças do eventual agressor."
Os complexos de mísseis da OTAN poderão permanecer na Turquia por mais de dois anos. O prazo foi definido independentemente do evoluir da situação em torno de Damasco, acredita o politólogo Stanislav Tarassov.
"A Síria não pretende atacar qualquer país, tanto mais a Turquia. Tudo indica que na região estarão concentradas as tropas da OTAN com o objetivo de preparar uma nova partilha de territórios no Oriente Médio. Assim serão ocupadas posições importantes, constituindo esta campanha um passo intermédio antes do grande jogo."
Conforme adiantou o perito, a criação da praça de armas na Turquia permitirá ainda aumentar a pressão sobre o Irã e ao Curdistão iraquiano que faz fronteira com a Turquia, cujas relações com Bagdá têm vindo a agravar-se de forma impetuosa.