Os insurgentes sírios anunciaram na noite dessa segunda-feira o lançamento de uma operação de grande envergadura, batizada de "vulcão de Damasco” e “tremores da Síria", com o intuito de instalar um clima de desobediência civil ao regime do ditador Bashar al-Assad. Os bairros da capital voltaram a ser bombardeados nesta terça-feira, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Em um comunicado difundido na noite de segunda-feira, o Comando Conjunto de Homs e o conselho militar do Exército Sírio Livre indicaram que a operação consiste em ataques regulares a todas as estações e postos de segurança do país e bloqueios das principais estradas. O objetivo é paralisar as tropas do governo de Bashar Al Assad e forçá-las a se render.
Na segunda-feira, os rebeldes disseram controlar os bairros de Midane e Tadamoun, em Damasco, símbolo do poder do presidente Bashar al-Assad, marcando uma reviravolta nos confrontos. Pela primeira vez os combates tiveram lugar perto do centro antigo da capital, extremamente protegida.
Composto principalmente por desertores, o Exército sírio livre é pouco equipado se comparado com os militares do regime, mas está avançando no cerco à Damasco.
Os bairros da capital voltaram a ser bombardeados nesta terça-feira, segundo o observatório sírio dos direitos Humanos, que também informou que os opositores controlavam a cidade de Talbissé, no centro do país. Segundo a organização, 149 pessoas morreram na segunda-feira nos combates na Síria.
Armas químicas
Em Londres, o ex-embaixador da Síria no Iraque, Nawaf Farès, primeiro diplomata a abandonar o regime, na semana passada, alertou a comunidade internacional que o ditador sírio poderá utilizar seu poderoso estoque de armas químicas contra as forças de oposição. "Para ficar no poder, Assad é capaz de erradicar a população", declarou o ex-embaixador.
O representante das Nações Unidas e da Liga Árabe Kofi Annan se encontra hoje com o presidente russo Vladimir Putin, em Moscou. A Rússia acusou ontem os ocidentais de fazerem chantagem para obter sanções do Conselho de Segurança contra o presidente sírio.
Enquanto isso, a União Europeia se prepara para adotar, na semana que vem novas sanções contra o regime de Assad.