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Dominó Árabe – ONU alerta sobre bombardeios e falta de alimentos em Aleppo

em revelar seu paradeiro, o presidente sírio, Bashar al Assad, disse a suas tropas nesta quarta-feira (01/08) que a luta contra os rebeldes decidiria o destino da Síria. Enquanto a guerra civil assola cada vez mais a cidade de Aleppo, no norte do país, o Exército sírio intensifica os ataques aéreos aos opositores do regime.

"Nossos observadores relataram ontem, pela primeira vez, disparos a partir de um avião caça", informou a porta-voz da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), Sausan Ghosheh, nesta quarta-feira. Nos últimos dias, testemunhas também informaram sobre diversos ataques aéreos.

A representante da ONU descreveu o "uso de armas pesadas em massa, incluindo tanques, helicópteros, metralhadoras e artilharia", demonstrando preocupação com Aleppo, a maior cidade da Síria. Segundo a porta-voz, a oposição também dispõe de armamento pesado, inclusive tanques.

A origem das armas utilizadas pelos rebeldes não está esclarecida. O grupo de oposição Exército Livre da Síria é apoiado pelo Catar e pela Arábia Saudita. Supõe-se também que os opositores tenham se apossado de armas em suas últimas conquistas.

Ghosheh alertou ainda para a escassez de combustíveis, gás, água e alimentos em Aleppo. Em resposta, o Programa Alimentar Mundial da ONU anunciou que enviará alimento para 28 mil necessitados. Milhares de residentes já deixaram a cidade, em que hospitais e clínicas improvisadas mal conseguem atender as vítimas.

"A situação humanitária está se deteriorando em Aleppo e a necessidade de alimentos aumenta rapidamente", declarou o órgão da ONU.
 

Anistia Internacional

Na noite desta terça-feira, a ONG Anistia Internacional informou que dezenas de jovens e também algumas crianças e idosos haviam sido atingidos pelas tropas do governo ou milícias auxiliares. A organização classifica a ofensiva em Aleppo como o ponto mais crítico da brutalidade no país.

"Todos os protestos que observei em Aleppo terminaram com o ataque das forças de segurança contra manifestantes pacíficos", disse Donatella Rovera, que viu de perto a violência no norte da Síria.

Ainda segundo o relatório divulgado pela Anistia, médicos e enfermeiros também estavam colocando a própria vida em risco ao tentar ajudar os feridos. A tortura de opositores do regime até a morte é algo rotineiro no país. De acordo com as informações da organização internacional, familiares das vítimas são obrigadas a assinar um documento afirmando que as mortes foram executadas por "bandos terroristas".

Palavras de Assad

Assad também se pronunciou nesta quarta-feira, por ocasião do 67º aniversário do Exército sírio. Em comunicado publicado numa revista militar, o presidente elogiou a resistência de suas tropas e pediu que atuassem contra os rebeldes com esforço redobrado.

"O destino do nosso povo e da nossa nação, seu passado, seu presente e seu futuro dependem dessa batalha", dizia a mensagem. Assad classificou a rebelião como obra de terroristas estrangeiros.
 

O presidente não se manifestava em público há duas semanas, desde que um bombardeio em Damasco matou quatro de seus assessores de segurança mais próximos, no dia 18 de julho. O paradeiro do líder sírio continua desconhecido.

A guerra civil na Síria também se intensificou após o bombardeio de 18 de julho, com enfrentamentos tomando conta de Aleppo e da capital Damasco. As duas cidades são cruciais tanto para os rebeldes quanto para as forças do governo, dificultando uma solução diplomática.

Ajuda internacional

Alguns combatentes estrangeiros, incluindo radicais muçulmanos militantes, uniram-se à luta contra o regime Assad, que acusa potências internacionais de financiar e armar os insurgentes.

Segundo reportagem da emissora norte-americana NBC, os rebeldes adquiriram mísseis superfície-ar entregues a ele através da vizinha Turquia. Os mísseis poderiam abalar a supremacia aérea dos militares, se os rebeldes conseguirem atingir seus helicópteros e aviões de guerra.

A Assembleia Geral da ONU declarou nesta terça-feira que abordaria a questão da Síria nesta semana. Diplomatas afirmaram ser provável que seja votada a resolução proposta pela Arábia Saudita, que condena o Conselho de Segurança por fracassar na atuação contra Damasco.

LPF/dpa/dapd/rtr
Revisão: Augusto Valente

 

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