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Dominó Árabe – Ocidente pressiona Síria com manobras militares

Konstantin Garibov

O exército governamental sírio ocupou os bairros centrais de Aleppo e procede à sua limpeza dos grupos armados. A operação pode demorar mais de um dia, considerando os labirintos de ruas estreitas dos bairros antigos e a grande densidade de construção.

Os observadores indicam que o desfecho da batalha de Aleppo irá determinar em grande medida quem sairá vencedor no conflito sírio. É também a opinião do politólogo sírio Taleb Ibrahim:

“Em Aleppo os revoltosos e quem está por trás deles concentraram um agrupamento bastante forte. Ele contém mercenários de vários países e representantes de serviços secretos estrangeiros. Em primeiro lugar da Turquia, do Qatar, da Arábia Saudita e dos EUA. Segundo algumas estimativas, o número de revoltosos atingiu os 15 mil homens. Por isso podemos dizer que em Aleppo se está desenrolando o combate decisivo que deve determinar o vencedor.”

Entretanto, parece que a batalha decisiva pela Síria começa a abranger tanto os seus amigos como os seus inimigos estrangeiros. O Irã efetuou consultas internacionais sobre a Síria em Teerã com a participação de representantes de 20 países. Como resultado desse encontro, o Irã anunciou a disponibilidade para organizar um encontro de delegações do governo sírio e da oposição.

Essa iniciativa está claramente em concordância com o espírito da recente conferência internacional realizada em Genebra. Nesta, os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e uma série de Estados europeus e árabes acordaram em utilizar toda a sua influência sobre ambas as partes do conflito sírio para os levar à mesa das negociações. O Irã não foi convidado a Genebra – os EUA estiveram contra. Mas Teerã, segundo tudo indica, está pronto a continuar a sua ofensiva diplomática a 14 de agosto. Nesse dia irá decorrer em Meca uma cúpula islâmica extraordinária. Teerã apelou aos parceiros para aproveitarem essa possibilidade de ajudar os sírios a chegarem a um entendimento e a iniciarem um diálogo nacional.

Numa altura aproximada, junto à costa da Síria no Mediterrâneo Oriental, poderão começar manobras navais do Reino Unido e da França que envolverão grandes agrupamentos das respetivas marinhas para o treino de operações de desembarque em costas potencialmente hostis. O desembarque de tropas está previsto nomeadamente na costa da ilha italiana da Sardenha, na Albânia, na Turquia e no Chipre. Não se sabe qual será a duração das manobras. Isso quer dizer que a Grã-Bretanha e a França se reservam o direito de definir os prazos de permanência dos seus vasos de guerra junto à costa da Síria conforma a situação nesse país.

E, em particular, consoante o desenvolvimento das suas relações com a Turquia, que é membro da OTAN. E que estão a piorar de dia para dia. Na quinta-feira, o MRE da Turquia acusou o presidente Bashar al-Assad de fornecer armas aos separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão. Ancara receia que a Síria passe a ser uma nova frente de combate com os curdos e deslocou blindados para a fronteira com a Síria. Eles ainda não abriram fogo, mas a Turquia possui uma larga experiência na realização de operações transfronteiriças contra os curdos em áreas iraquianas.

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