Duas bombas explodiram simultaneamente entre a noite de anteontem e ontem junto a instalações do Exército sírio no norte da cidade de Aleppo matando e ferindo dezenas de membros das forças armadas do regime de Bashar al-Assad.
A agência de notícias oficial afirma que as explosões perto de um hospital e de uma escola causaram 17 mortes e deixaram pelo menos 40 feridos no bairro Estádio Municipal. Já a Brigada Nobre de Aleppo do Exército Livre da Síria – formado por diversos grupos de rebeldes – afirma ter matado ou ferido mais de 200 militares nessa região.
– O Exército tomou o bairro e retirou os moradores. O hospital foi transformado em quartel para os militares- afirmou o ativista Ahmad Saeed.
Aleppo, o centro econômico da Síria, esteve livre dos confrontos entre rebeldes e forças do governo durante as primeiras fases da revolta que atinge o país desde 2011. Porém, desde julho, vem sendo palco de intensos confrontos e o regime tem recorrido à sua força aérea para combater os opositores, que não possuem armas para se defender desses ataques. Ontem, aeronaves bombardearam um bairro residencial após rebeldes terem invadido um quartel no local, matando e ferindo dezenas.
O ataque também danificou um duto de água, prejudicando o abastecimento da cidade. Um complexo residencial no bairro de Hananu, um dos vários locais sob controle rebelde no leste de Aleppo, também foi destruído, informaram opositores. A TV estatal divulgou imagens que mostraram edifícios totalmente destruídos e trabalhadores tentando resgatar vítimas dos escombros.
A revolta, que já dura 18 meses, já é considerada uma guerra civil e tem polarizado as potências mundiais, com EUA e Europa defendendo a saída de Assad e Rússia e China impedindo, no Conselho de Segurança da ONU, a aprovação de qualquer intervenção externa ou mesmo de maiores sanções ao regime sírio. Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse estar pessimista sobre a possibilidade de Washington e Moscou diminuírem as diferenças sobre o tema antes da Assembleia Geral da ONU, neste mês.
O novo mediador internacional para a Síria, o argelino Lakhdar Brahimi, chegou ontem ao Cairo para a primeira etapa de sua missão de paz. Esta é a primeira visita oficial de Brahimi à região desde que assumiu o cargo no dia 1º de setembro. Ele substituiu Kofi Annan, que se demitiu em agosto após admitir o fracasso de seus esforços por causa da falta de apoio das grandes potências.