A conferência realizada em Teerã para tratar a situação na Síria e que contou com a participação de cerca de 30 países e organizações, propôs a criação de um "grupo de contato" para "pôr fim à violência e promover um diálogo integrador entre o governo sírio e a oposição".
Os participantes, entre eles Rússia, China, Índia, Irã e alguns países da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), consideram "o diálogo nacional a única maneira de resolver o conflito da Síria", segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira pelas agências locais.
A nota, que expressa o desejo dos participantes em realizar novos encontros, pede à Síria que cesse os confrontos durante "três meses" para iniciar negociações mediante "mecanismos pacíficos".
Os países também demonstraram preocupação pelos enfrentamentos, pela violação dos direitos humanos, pela perda de vidas e pelos danos causados ao povo sírio.
Além disso, os participantes respaldam o que consideram "exigências legítimas do povo sírio para as reformas no país a fim de construir a democracia e promover a associação política dos diferentes partidos" para que o país possa ser governado "de maneira pacífica e em um ambiente tranquilo, sem influência estrangeira".
Na reunião, ficou acordado que sejam mantidos os princípios de "não intervenção" e respeito "à soberania nacional e integridade territorial" da Síria, por isso são contra uma intervenção militar.
Neste sentido, os participantes apontaram "profunda preocupação pela entrada de grupos terroristas conhecidos (em referência à Al Qaeda) no conflito sírio" e advertem que, assim como a ajuda militar, esta implantação terrorista pode ter "consequências nefastas sobre a paz e a segurança da região".
O grupo afirmou que, por este motivo, apoia os esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e do mediador para a Síria da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.
Os países aproveitaram para lembrar "a necessidade de prestar assistência humanitária ao povo da Síria a fim de diminuir a difícil situação em que se encontram".
A reunião, convocada pelo Irã, o mais firme aliado do regime de Damasco no Oriente Médio, pretende ser uma alternativa à reunião dos Amigos da Síria, convocada anteriormente pelos Estados Unidos e seus aliados, que apoiam a oposição, motivo pelo qual o Irã afirma que eles sim são "os verdadeiros amigos da Síria".