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Dominó Árabe – Brasil cobra Assad na ONU

O Brasil voltou a cobrar ontem o regime de Bashar Assad durante um debate sobre o Oriente Médio no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A embaixadora na ONU, Maria Luiza Viotti, pediu um cessar-fogo imediato e responsabilizou "primordialmente" o governo sírio pelo controle da violência, "repudiando" também os ataques da oposição à infraestrutura civil do país.

"Todas as partes devem cumprir suas obrigações para deter a violência, mas a responsabilidade primordial nessa questão cai sobre o governo da Síria", afirmou a embaixadora. "Também repudiamos ataques terroristas contra a infraestrutura civil", completou.

O Brasil defende uma saída negociada entre os próprios sírios como a única solução possível para os 17 meses de violência. Nas últimas semanas, em meio à rápida intensificação dos confrontos entre insurgentes e o regime, o governo brasileiro passou a usar palavras mais duras para criticar Assad.

Há cerca de uma semana, por exemplo, o Itamaraty soltou uma nota dizendo condenar "veementemente" o uso de armas pesadas contra civis e lembrando os compromissos que Assad havia assumido com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

O anúncio feito pelo governo sírio de que não apenas tem, mas pode usar armas químicas caso forças de outros países intervenham em seu território, preocupou o Itamaraty. Em seu discurso de ontem, Viotti lembrou que a Síria é signatária da Convenção sobre Armas Químicas e do Protocolo de Genebra de 1925, que vetam esse tipo armamento.

Ao lado da Síria, a situação dos palestinos também foi citada no discurso da embaixadora brasileira. Viotti chamou de "ilegais" e "ameaça à solução de dois Estados" os assentamentos israelenses e criticou a paralisia das negociações de paz. A embaixadora cobrou uma ação mais efetiva do Conselho de Segurança e pediu que os países-membros "exerçam suas responsabilidades".

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