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Dívida com a China não ameaça a segurança americana, diz Pentágono

Para o Departamento da Defesa dos Estados Unidos, a posse pela China de mais de US$ 1 trilhão em papéis da dívida americana e a possibilidade de o país asiático fazer uma "súbita e significativa" retirada de fundos não representam uma ameaça à segurança nacional americana. "Além dos títulos do Tesouro dos EUA, a China tem poucas opções atraentes para investir a maior parte de suas reservas cambiais estrangeiras", diz relatório do Pentágono.

A análise, a primeira do gênero, foi produzida em resposta a um pedido do Congresso americano para que o Departamento da Defesa estudasse os motivos por trás do investimento e se "uma agressiva opção por uma grande venda" daria à China vantagens numa crise política ou militar.

A China é o segundo maior detentor da dívida do governo americano, atrás apenas do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). O volume da dívida americana em mãos chinesas aumentou neste ano e o total já está em US$ 1,164 trilhão.

Essa situação tornou-se um tema da campanha eleitoral deste ano, sendo citada pelos republicanos como um sinal da vulnerabilidade americana. "A América que nós queremos toma emprestado US$ 1 trilhão da China? Não", disse o candidato Mitt Romney no discurso de encerramento da convenção do partido.

Analistas chineses ocasionalmente têm sugerido que Pequim deveria utilizar a dívida para pressionar os EUA por conta de suas políticas pró-Taiwan (ilha à qual o governo chinês se refere como "Província rebelde"). Há cerca de um ano, o jornal chinês "Diário do Povo" publicou texto afirmando "agora é a hora de a China usar sua "arma financeira" para ensinar aos EUA uma lição, caso avancem" com as vendas de armas a Taiwan.

Segundo o Pentágono, o uso da dívida como instrumento de coerção teria efeito limitado. Uma súbita e grande redução dos títulos em posse da China "poderia causar [perturbações no mercado secundário e aumento dos juros nas emissões do Tesouro] de curto-prazo", de acordo com o relatório. Também "imporia significativos custos à China" à medida que aumentasse a oferta de títulos americanos e o valor dos ativos caísse de maneira acentuada, de acordo com o Pentágono.

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