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Dilma quer observar conflitos muçulmanos e apoiar mediadores

A ordem das autoridades brasileiras, em meio à crise no mundo muçulmano que se estende há mais de um ano, é dar continuidade ao diálogo, às negociações econômicas e comerciais, mantendo, porém, sob vigilância a posição brasileira de defesa dos direitos humanos e respeito aos princípios democráticos. A orientação foi transmitida pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, o embaixador Cesário Melantonio Neto.

Há cerca de quatro semanas no cargo e com longa experiência no assunto, o embaixador disse à Agência Brasil que o Brasil insistirá na busca pela paz por meio do diálogo e das negociações pacíficas.

"Vamos insistir na busca pela paz com o apoio às ações da Liga Árabe e do Conselho de Cooperação do Golfo até o último momento. Se houver desistências ou outras dificuldades, será o caso de levar o assunto para a ONU Organização das Nações Unidas", disse o embaixador. "No Oriente Médio, tudo tem de ser observado de perto e com atenção, pois a cada dia surgem novas situações."

O Brasil se mantém como observador constante dos movimentos na região, sem se afastar das conversas diretas com os interlocutores do processo, inclusive nos países onde a tensão é maior – a Síria, Líbia, o Egito, Iêmen e Bahrein. O País apoia os mediadores da região – a Liga Árabe e o Conselho de Cooperação do Golfo – na tentativa de encerrar os conflitos na região.

Melantonio Neto acrescentou ser impossível analisar a crise no mundo muçulmano sem observar os demais atores do cenário internacional ¿ a União Europeia e os Estados Unidos. O embaixador lembrou que os Estados Unidos e a França, por exemplo, têm eleições presidenciais este ano, o Irã passará por eleições parlamentares. "Isso interfere porque alguns dos atuais interlocutores do processo podem ser mudados", disse ele.

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