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Diálogo Brasil-EUA

Nota DefesaNet

Recomendamos a leitura dos documentos abaixo:

Pronunciamento do VP Joe Biden na terça-feira, em Brasília. Link


Shannon – Uma conversa com o Embaixador Thomas Shannon Link

Pronunciamento do Vice-Presidente, Joseph Biden, sobre as relações Brasil-EUA no Rio de Janeiro Link

O Editor

Embaixador Rubens Barbosa

O Centro de Liderança Pública e o Strategy Group do Aspen Institute, duas prestigiosas instituições do Brasil e dos EUA, promoveram amplo diálogo sobre o atual estágio das relações entre os dois países. Com a participação de personalidades da vida pública, privada e do mundo acadêmico, foram passadas em revista as relações políticas, econômicas e comerciais dos dois países.

As duas maiores democracias no hemisfério têm interesses e valores convergentes, além de outros, divergentes, que afastam os dois governos. O respeito mútuo e a defesa dos respectivos interesses devem sempre prevalecer.

As relações políticas e diplomáticas do Brasil com os EUA estão no nível mais baixo das últimas décadas. A negociação de acordos que interessam diretamente ao Brasil, como o acordo de facilitação de vistos e o de salvaguarda tecnológica, está paralisada. Visitas e conversações políticas e econômicas de mais alto nível estão suspensas.

Resistências ideológicas de alguns setores de nosso governo impedem assim que matérias de nosso interesse sejam tratadas, com prejuízo direto ao cidadão comum e a projetos de grande alcance.

Dada a grande diversidade das relações bilaterais, em verdadeira ofensiva de charme, multiplicam-se as visitas ministeriais e operacionais – o que tem sido apreciado pelo governo brasileiro. As relações entre instituições técnicas e o gosto da população brasileira pelas atrações oferecidas pela sociedade americana não tomam conhecimento dessas filigranas diplomáticas. Em 2013, mais de dois milhões de turistas visitaram os EUA.

As principais questões de governo, contudo, estão paralisadas à espera de que seja superado o impasse presidencial. A presidente Dilma declarou que as relações com os EUA somente seriam normalizadas depois de o presidente Obama pedir desculpas pelo monitoramento feito pela NSA no celular presidencial e na Petrobras.

Como o presidente Obama não pediu desculpas nem para a sociedade americana nem para a primeira ministra Angela Merkel, é difícil acreditar que vá fazê-lo com o Brasil.

Esperava-se que o vice-presidente americano, Joe Biden, em visita a Brasília no último dia 17, pudesse fazer um gesto significativo em relação ao Brasil que contribuísse para superar a crise diplomática. Embora, aparentemente, não tenha havido qualquer sinal nesse sentido, começam a surgir indicações positivas do lado brasileiro de que, depois das eleições, poderá haver um descongelamento das relações com os EUA. Durante a campanha eleitoral prevalecerá a retórica antiamericana, como registrado no programa do PT.

O setor privado – o Forum de Presidentes de Grandes Empresas e o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos – deveria juntar-se a outras áreas com interesses concretos, tanto de um lado quanto de outro, para estimular os dois governos a superar as dificuldades atuais.

As relações entre os dois países são muito importantes para serem deixadas apenas nas mãos das burocracias do Departamento de Estado e do Itamaraty.

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