A coalizão de governo em Berlim, composta por democrata-cristãos, social-cristãos e liberais, não perdeu tempo em escolher o sucessor do ministro alemão da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, que renunciou na terça-feira.
Nesta quarta-feira (02/03), a premiê Angela Merkel anunciou em Berlim que Thomas de Maizière, atual ministro do Interior e democrata-cristão como a chefe de governo, irá suceder a Guttenberg na pasta da Defesa.
O novo ministro alemão do Interior será o deputado social-cristão Hans-Peter Friedrich, líder da bancada de seu partido no Parlamento alemão. A União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU), partidos que formam a união conservadora na coalizão governamental de Berlim, disputavam as duas pastas.
Segundo o presidente da CSU, governador da Baviera Horst Seehofer, as negociações para a definição do novo ministro transcorreram sem interrupções. A decisão foi possível após a CSU ter desistido da pasta da Defesa, um dos ministérios que o partido detinha em Berlim. No total, cabem três ministérios aos social-cristãos.
Muito a fazer
Nos 16 meses que esteve à frente da pasta da Defesa em Berlim, o social-cristão Karl-Theodor zu Guttenberg iniciou uma série de mudanças. Ele conseguiu impor a suspensão do serviço militar obrigatório, deu início a uma profunda reforma nas Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) e foi o primeiro chefe da pasta a declarar abertamente que os soldados alemães no Afeganistão se encontram em uma guerra.
Por outro lado, o sucessor político social-cristão recebe uma série de projetos em andamento, que lhe caberá concluir. As mudanças na Bundeswehr, por exemplo, ainda não passam de um arcabouço de reforma. A suspensão do serviço militar, embora seja dada como certa, encontra-se ainda em trâmite parlamentar. Os próximos passos – a reestruturação do ministério e do quadro de lideranças – ainda estão por vir.
Pontos sensíveis
Politicamente, o ponto mais sensível da reforma é o fechamento de quartéis da Bundeswehr, que deverá se iniciar em meados deste ano. O Ministério alemão da Defesa pretendia economizar 8,3 bilhões de euros até 2014. Há poucos dias, o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble estendeu o prazo em mais um ano. Os liberais, todavia, são contra essa decisão. Em meados de março, o gabinete de governo em Berlim deverá tomar uma posição final.
A missão alemã no Afeganistão é outro importante campo de ação do ministério da Defesa. A missão se encontra em fase decisiva. Ainda neste mês, as primeiras províncias deverão ser transferidas para a responsabilidade de forças afegãs de segurança.
A região pela qual a Bundeswehr é hoje responsável deverá estar entre essas províncias. Além disso, a partir do final do ano, as Forças Armadas alemãs darão início à retirada de suas tropas do país.
CA/dpa/rtr/ap
Revisão: Augusto Valente