A França celebrou nesta quarta-feira (14) seu feriado nacional com o tradicional desfile militar na famosa Avenida Champs-Elysées, presidido pela última vez por Emmanuel Macron em seu atual mandato de cinco anos à frente do governo.
O espetáculo, que durou cerca de duas horas, terminou com o hino nacional, 'La Marseillaise', cantado por um coral de 120 jovens: alunos do ensino médio militar, membros do serviço cívico e bombeiros voluntários.
Antes do desfile, o chefe de Estado havia descido a Champs-Élysées, sob um céu nublado, em uma viatura de comando com o chefe do Estado-Maior, o general François Lecointre, que termina seu mandato em poucos dias e será sucedido pelo atual chefe do Estado-Maior do Exército, Thierry Burkhard.
Em seguida, o presidente foi até a tribuna, onde estavam sua esposa Brigitte e membros do governo.
Em 2020, no auge da pandemia de covid-19, o desfile de 14 de julho foi cancelado, algo que não acontecia desde a Segunda Guerra Mundial, e em vez disso houve uma cerimônia na Place de la Concorde.
Nesta edição de 2021, as tropas, bandeiras e blindados voltaram. Participaram 5.000 soldados, 73 aviões, 24 helicópteros, 221 veículos e 200 cavalos da Guarda Republicana.
Limitações
Mas o acesso ao espetáculo foi limitado pela crise de saúde.
Os espectadores tinham que ter um passe de saúde e usar máscara.
A capacidade das arquibancadas também foi reduzida a 10.000 pessoas, contra 25.000 em tempos normais.
Enquanto o coronavírus volta a ganhar força na França, Macron vem chamando a atenção daqueles que ainda não se vacinaram, especialmente em um discurso transmitido pela televisão na segunda-feira.
Muito em breve, será preciso um passaporte de saúde para acessar a maioria dos espaços públicos.
O desfile de hoje foi aberto pela esquadrilha acrobática Patrouille de France, que tingiu o céu com faixas de fumaça azul-branco-vermelha.
Em seguida, um contingente de forças especiais europeias da "Força-Tarefa Takuba" abriu o desfile a pé.
Oito nações (França, Bélgica, Estônia, Itália, Holanda, República Tcheca, Portugal e Suécia) fazem parte do grupo criado pela França para apoiar as forças do Mali em combate. Takuba terá um papel fundamental no futuro sistema anti-extremista na região do Sahel na África.
Pela primeira vez em Paris, agentes da Polícia Municipal desfilaram, por ocasião da cidade de Nice (sudeste), no quinto aniversário do atentado terrorista que deixou 86 mortos no Passeio dos Ingleses na cidade em 14 de julho de 2016.
A Marinha, por sua vez, homenageou seus mergulhadores, com a presença da tripulação do submarino nuclear "Émeraude", que retornou de uma missão de sete meses na região do Índico-Pacífico.
A Força Aérea desfilou seu novo Comando Espacial, criado em 2019.
O Serviço de Saúde das Forças Armadas (SSA), muito ativo desde o início da pandemia, que já causou mais de 111.000 mortes na França, também esteve representado.
Como de costume, à noite haverá um show de fogos de artifício sobre a icônica Torre Eiffel.