Entrevista de 2007 com o Gen Santos Cruz quando comandante da MINUSTAH Link
O general do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz, 60 anos, que havia passado à reserva em dezembro do ano passado, vai retomar a farda. Após 44 anos de dedicação à Força Terrestre, o que incluiu uma passagem como "Force Commander" da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o general Santos Cruz comandará quase 20 mil militares de 20 países na Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo (Monusco, na sigla em inglês). O país africano, de 70 milhões de habitantes, atravessa situação de guerra civil.
O general Santos Cruz manifestou-se na mesma linha. “A minha escolha é parte do prestígio do Brasil que há tempos vem se projetando no cenário internacional. É a combinação da diplomacia, da experiência militar e da determinação do governo. Isso tudo sintetiza esse convite”, contou.
O convite para assumir a Monusco – atualmente a maior missão de paz da ONU, em efetivos militares – foi confirmado por meio de comunicado das Nações Unidas aos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. De imediato, o general Santos Cruz iniciou o processo de preparo da documentação, num processo que envolverá alguns acertos a serem feitos com o governo brasileiro.
O mandato será exercido pelo Brasil no período de 12 meses, podendo ser ampliado de acordo com as necessidades da ONU. O general Santos Cruz avaliou que terá um grande desafio pela frente, em que o emprego da força militar nunca pode ser descartado. “É uma missão de paz. Esperamos permitir que a ajuda humanitária à população aconteça. Mas temos lá uma brigada de intervenção, força suficiente para neutralizar e desarmar os rebeldes que atuam no país”, adiantou.
Segundo ele, “a ONU tem uma linha mestra de condução das ações, e o uso da força é feito com critérios”. Atualmente, conforme explicou, as Nações Unidas contam com efetivo de aproximadamente 18 mil homens, com um acréscimo esperado de 2 mil militares. “Na realidade, temos tropas de diversos países. Da Índia, passando pelo Uruguai, são militares de todos os continentes”, explicou o general.